Um vídeo da câmera de segurança do principal hospital de Sweida registrou, em 16 de julho, a execução a sangue frio de um voluntário, enquanto médicos e enfermeiros permaneciam sob mira. Os homens armados, em uniformes verdes e preto com o brasão do Ministério do Interior, ameaçaram cerca de duas dúzias de profissionais de saúde que estavam ajoelhados ou agachados no chão. Além disso, dois deles agarraram o homem em pé, esbofeteando-o antes de disparar duas vezes quando ele resistiu.
Em entrevista ao Reuters, um médico anônimo identificou a vítima como Muhammad Bahsas, engenheiro civil que havia sido voluntário no hospital. Ele descreveu como os atacantes vasculharam o prédio por horas, chamando repetidamente a equipe médica de “porcos” e confinando-os em quartos durante a noite. No entanto, o fato mais chocante foi que um seguranças declarou: “Qualquer um que nos denuncie acabará como ele”, antes de disparar.
Contexto do conflito em Sweida
Sweida, no sul da Síria, tem sido palco de confrontos entre drusos e beduínos, com a intervenção das Forças Armadas do governo no dia anterior ao incidente. O ataque, que resultou na morte de mais de mil pessoas no mês passado, só intensificou as tensões na região. Portanto, a execução a sangue frio em hospital representa um marco de brutalidade que destaca a vulnerabilidade de civis durante conflitos armados.
Reação oficial e medidas subsequentes
Em 11 de agosto, o Ministério do Interior da Síria classificou o vídeo como “perturbador” e prometeu investigação urgente. O vice-ministro de assuntos de segurança foi incumbido de supervisionar o processo, com o objetivo de identificar e prender os responsáveis o mais rápido possível. Em conclusão, o presidente interino Ahmed al‑Sharaa anunciou um cessar‑fogo imediato em Sweida em 19 de julho, tentando conter a escalada de violência.
Este episódio ressalta a necessidade de proteção de instalações médicas e de profissionais de saúde em zonas de conflito. Além disso, evidencia a importância de mecanismos internacionais de accountability para prevenir futuras atrocidades. A execução a sangue frio em hospital na Síria permanece um alerta sombrio sobre a fragilidade dos direitos humanos em meio à guerra.