Tarifaço de Trump: Por que o dólar e a bolsa resistiram ao choque

O tarifaço de Trump provocou pouca reação no mercado: dólar e Ibovespa resistiram ao choque. Entenda por que.

Tarifaço de Trump e a reação do mercado

Quando o presidente dos Estados Unidos anunciou o tarifaço de Trump, o mercado reagiu com pânico. O dólar disparou e o Ibovespa caiu nas primeiras horas. Entretanto, poucos dias depois, a moeda americana registrou apenas 3,62% de desvalorização, enquanto a bolsa subiu 1,98% no mês.

Além disso, o dólar atingiu o menor valor em ano e meio, e o Ibovespa se aproximou de 3% do seu recorde máximo. Portanto, a expectativa inicial de um colapso imediato não se concretizou.



Exceções que suavizaram o impacto

O tarifaço de Trump incluiu quase 700 produtos com tarifa de 10%, como suco de laranja, minério de ferro e fertilizantes. Em 36% das exportações brasileiras, a taxa aumentou apenas para 50%. Em consequência, investidores perceberammenos pior” do que esperavam.

No entanto, o risco já havia sido parcialmente precificado. Marco Noernberg, da Manchester Investimentos, afirmou que o Ibovespa já registrava quedas antes da efetivação das tarifas. Em julho, o índice caiu 4,17%, o pior desempenho mensal do ano.

Impacto no PIB e no mercado interno

O tarifaço de Trump estimou um impacto de 0,1% no PIB brasileiro. Embora negativo, esse valor não desestabilizou o mercado. Em conclusão, o mercado já havia refeito suas posições antes da aplicação das tarifas, mitigando a volatilidade.



Desvalorização do dólar e fatores externos

A queda do dólar nesta semana refletiu mais o cenário político dos EUA do que o tarifaço de Trump. O real valorizou 3,7% frente ao dólar, enquanto outras moedas também se fortaleceram.

No entanto, a instabilidade causada por Trump gerou insegurança jurídica, afastando investimentos. Assim, recursos migraram para outras moedas, pressionando o dólar para baixo.

Perspectivas com o Fed

O Federal Reserve precisa decidir entre reduzir ou elevar juros. Se o Fed cortar taxas, o dólar continuará se desvalorizando, beneficiando o real e o Ibovespa. Em contraste, se elevar juros, a inflação pode ser controlada, mas o mercado interno sofrerá pressão.

Portanto, a trajetória do real e do Ibovespa dependerá significativamente das decisões do Fed nas próximas semanas.

Conclusão

O tarifaço de Trump demonstrou que, mesmo com medidas de proteção comercial, o mercado pode se adaptar rapidamente, especialmente quando parte das exportações permanece menos afetada. Em última análise, a reação do dólar e da bolsa reflete não apenas a política tarifária brasileira, mas também as expectativas globais sobre a economia norte‑americana.