Tarifaço Trump tem remodelado o cenário internacional de forma inédita. Desde o retorno de Donald Trump à presidência em 2025, o presidente tem imposto tarifas e sanções unilaterais que geram impactos diretos em aliados e concorrentes.
O Desmonte Racional da OMC
Especialistas apontam que o tarifaço Trump contribui para o que chamam de desmonte racional do sistema multilateral. A Organização Mundial do Comércio (OMC) deveria ser o órgão que coiba tais medidas, mas a instituição se encontra enfraquecida desde o primeiro mandato de Trump.
Além disso, a falta de funcionamento pleno da OMC impede que disputas econômicas sejam resolvidas de maneira eficaz. Portanto, o tarifaço Trump passa a ser um desafio que as nações precisam enfrentar em conjunto.
Resposta do Brasil na OMC
Em resposta às tarifas, o Brasil protocolou uma ação na OMC, alegando violação flagrante dos compromissos contratuais. No entanto, a ação pode ficar em limbo se os EUA optarem por recorrer, visto que o órgão de apelação da OMC não está operacional.
Em conclusão, a ação do Brasil tem caráter simbólico, mas reforça a necessidade de uma resposta coordenada entre países afetados.
Fluxo da Ação na OMC
- Pedido de consultas (até 60 dias)
- Formação de painel de especialistas
- Decisão do painel (violações confirmadas ou não)
- Possível apelação (se o órgão de apelação estiver funcional)
- Retaliação autorizada caso não haja recurso
Alianças Sul-Sul e Brics
Para superar a lacuna institucional, o Brasil busca alinhar-se com os blocos Sul-Sul e Brics. Em discussões recentes com líderes da China e Índia, a crítica ao protecionismo norte‑americano foi reafirmada. Portanto, a consolidação de uma frente unida exige a harmonização de prioridades nacionais distintas.
No entanto, a entrada de tarifaço Trump em negociações com o bloco Brics demonstra que a diplomacia ainda pode avançar, mesmo diante de desafios geopolíticos.
Em síntese, o tarifaço Trump expõe fragilidades do sistema multilateral e destaca a urgência de respostas coordenadas. A OMC permanece central, mas é necessária a construção de coalizões robustas para garantir a estabilidade econômica global.