MAS: a derrota histórica que encerra quase 20 anos de governo na Bolívia

Descubra como a derrota do MAS encerrou quase 20 anos de governo na Bolívia e o que isso significa para o futuro político do país.

O fim de uma era política

O Movimento ao Socialismo, mais conhecido como MAS, perdeu a última disputa presidencial em 2025, encerrando duas décadas de influência no cenário boliviano. Esse resultado histórico demonstra que a população exigiu uma mudança drástica no modelo de governança.

Quase 20 anos de poder e o que mudou

No início dos anos 2000, o MAS impulsionou o crescimento da Bolívia, alcançando média de 5 % ao ano graças à exportação de gás natural. Entretanto, a dependência de commodities enfraqueceu quando os preços internacionais caíram e a produção de gás diminuiu.



Além disso, a crise de dólares, que começou em março de 2023, provocou longas filas nas ruas e desconfiança nas reservas do país. Consequentemente, o modelo de bem-estar social baseado em subsídios tornou-se insustentável.

Fragmentação interna e a queda do MAS

  • Evo Morales e Arce separaram suas visões de liderança, criando facções rivais dentro do partido.
  • O candidato oficial do MAS, Eduardo del Castillo, recebeu apenas 3,2 % dos votos, enquanto Andrónico Rodríguez liderou a esquerda com 8,15 %.
  • Essa divisão interna provocou a perda de base de apoio e a falta de consenso sobre políticas econômicas.

Portanto, o MAS não conseguiu apresentar uma alternativa coesa para enfrentar a crise, o que culminou em sua derrota.

Impacto na política boliviana

Com a queda do MAS, o segundo turno será disputado entre Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão, e Jorge “Tuto” Quiroga, da Aliança Livre. Ambos se posicionam mais à direita, mas ainda conservadores em relação ao modelo estatal que a Bolívia adotou.



Além disso, o futuro do país dependerá de como os novos líderes abordarão a dependência do gás e do lítio, recursos que historicamente sustentaram o orçamento boliviano.

O que esperar do futuro

Embora o MAS tenha perdido o poder, especialistas acreditam que o partido pode se reconstruir de forma mais democrática e plural. Em paralelo, a crise econômica pode abrir espaço para que figuras como Evo Morales reapareçam nas cenários políticos, caso consigam recuperar a confiança da população.

No entanto, a Bolívia precisa de reformas estruturais que garantam a diversificação econômica e a estabilidade de reservas. Se esses desafios forem enfrentados, o país poderá superar a crise atual e retomar seu caminho de crescimento sustentável.