Brasil defende comércio com EUA diante de investigação da USTR

Brasil defende comércio com EUA, contestando acusações de práticas desleais, buscando diálogo e cooperação para manter parcerias estratégicas.

O Brasil enfrenta uma investigação da USTR que acusa práticas comerciais desleais. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) respondeu com um documento firme, alegando que o país não adota medidas injustificáveis ou discriminatórias contra os Estados Unidos.

Contexto da investigação

Em julho, a administração Trump abriu o processo para averiguar se políticas brasileiras prejudicam o comércio norte-americano. Os EUA apontaram pontos como o PIX, o desmatamento e a proteção à propriedade intelectual, mas não apresentaram provas concretas.



A audiência pública

Uma audiência pública está marcada para 3 de setembro, onde ambas as partes discutirão as alegações e possíveis soluções.

Defesa da CNI

A CNI, por meio do presidente Ricardo Alban, afirmou que as preocupações da USTR não justificam medidas restritivas baseadas na Seção 301 da lei comercial americana.

  • O Brasil mantém um comércio bilateral mutuamente benéfico, com superávit para os EUA e tarifas baixas.
  • Não há base jurídica ou factual para a imposição de tarifas adicionais.
  • Medidas unilaterais enfraquecem a parceria estratégica entre os dois países.

Além disso, a CNI destaca que empresas americanas não foram prejudicadas em detrimento de outras companhias e recomenda que divergências sejam resolvidas por meio de diálogo bilateral e cooperação técnica.



Embraer e a defesa do comércio brasileiro

A Embraer, empresa brasileira de aeronáutica, também enviou uma carta ao governo de Donald Trump. A empresa ressaltou sua importância para os EUA, empregando profissionais e operando nas principais companhias aéreas americanas.

“Um terço dos voos em Washington, no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, são operados por aeronaves da Embraer”, afirmou Francisco Gomes Neto, presidente da companhia.

Por isso, a Embraer foi incluída na lista de exceções à sobretaxa de 50% sobre produtos exportados ao Brasil. Especialistas afirmam que a empresa representa um elo vital na cadeia de suprimentos americana, e que novas alternativas seriam difíceis de encontrar em curto prazo.

No entanto, o presidente da Embraer argumenta que usar a Seção 301 para impor tarifas seria contrário aos interesses dos EUA. Ele incentiva o governo a reconhecer os benefícios que a Embraer traz à economia americana e a evitar restrições que comprometeriam esse sucesso.

Conclusão

Em síntese, o Brasil, por meio da CNI e da Embraer, mantém uma postura proativa e colaborativa, defendendo um comércio justo e sustentável com os Estados Unidos. A expectativa é que o diálogo e a cooperação técnica resolvam a disputa, preservando a relação estratégica entre os dois países.