A capa da revista The Economist gerou grande repercussão ao comparar Jair Bolsonaro ao famoso “Viking do Capitólio”, figura emblemática da invasão ao Congresso dos EUA em 2021. A representação visual e simbólica reforça semelhanças entre os dois líderes em um contexto de radicalização política e tentativas de golpe.
Quem é o Viking do Capitólio?
Jake Angeli, também conhecido como Jacob Chansley, ficou mundialmente famoso por sua aparência marcante: chifres, pele de urso e rosto pintado. Ele integrou o grupo de apoiadores de Donald Trump que invadiu o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, tentando impedir a certificação da vitória de Joe Biden. Sua figura chamou atenção da mídia internacional, simbolizando o extremismo que alimentou aquele movimento.
O Viking do Capitólio foi condenado a 41 meses de prisão após assumir culpa pelo ato. Segundo o jornal El País, ele cumpriu parte da pena em isolamento antes de ser transferido para um regime aberto em 2024. Em janeiro de 2025, Donald Trump anistiou milhares de condenados pela invasão, incluindo Angeli.
Indulto e reações políticas
Após receber o perdão, Angeli publicou nas redes sociais: “Fui perdoado, bebê. Agora vou comprar umas armas”. A declaração gerou preocupação internacional sobre o fortalecimento de grupos de extrema-direita nos Estados Unidos, como os Proud Boys. Além disso, o evento reforça a influência do movimento MAGA (“Make America Great Again”), criado por Trump, que se consolidou como um símbolo de nacionalismo radical.
Bolsonaro, o “Trump dos trópicos”
A revista The Economist intitulou sua reportagem como “O que o Brasil pode ensinar para a América” e destaca Bolsonaro como um “polarizador” da política brasileira. Prestes a ser julgado por tentativa de golpe, o ex-presidente brasileiro é comparado diretamente ao “Viking do Capitólio”, não apenas por sua aparência em eventos de protesto, mas por sua postura política e discursos inflamatórios.
Além disso, a revista ressalta o contraste entre os dois países: enquanto os EUA perdoam e libertam extremistas, o Brasil conduz seu ex-líder a um julgamento judicial. A publicação afirma que “o golpe fracassou por incompetência, e não por intenção” — uma análise que coloca o Brasil como um exemplo de maturidade democrática diante de crises semelhantes.
Repercussões internacionais
O envolvimento da família Bolsonaro com o governo Trump também intensificou as comparações. O governo norte-americano aplicou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e impôs a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes — medidas vistas como apoio ao ex-presidente brasileiro.
- Viking do Capitólio como símbolo de protesto extremista;
- Indulto de Trump e reação da comunidade internacional;
- Bolsonaro comparado ao líder norte-americano em reportagem internacional;
- Brasil como “lição de democracia” para os EUA;
- Risco de radicalização política em democracias fragilizadas.
Em conclusão, a comparação entre o “Viking do Capitólio” e Bolsonaro revela não apenas semelhanças superficiais, mas um padrão crescente de extremismo político em escala global. O Brasil, ao processar seu ex-presidente, oferece um exemplo de responsabilização institucional — algo que, segundo a The Economist, os EUA deveriam considerar com mais seriedade.