O ataque a barco no Caribe, realizado pela Marinha dos Estados Unidos na terça-feira (2), marca mais um capítulo tenso nas relações entre Washington e Caracas. O governo norte-americano afirmou que o alvo era uma embarcação venezuelana ligada ao tráfico de drogas, o que gerou uma resposta imediata e contundente do presidente Nicolás Maduro.
O que aconteceu durante o ataque a barco no Caribe?
Segundo o presidente Donald Trump, as Forças Armadas dos EUA agiram sob suas ordens contra integrantes do grupo narcotraficante Tren de Aragua. O ataque a barco no Caribe ocorreu em águas internacionais e, segundo os EUA, o objetivo era interromper o transporte ilegal de narcóticos com destino ao território norte-americano.
Trump divulgou um comunicado em sua rede social Truth Social, afirmando: “Que isso sirva como aviso para qualquer um que sequer pense em trazer drogas para os Estados Unidos da América. CUIDADO!”.
Resposta de Maduro e negação do uso de inteligência artificial
Em resposta, Maduro negou o ataque e acusou os EUA de fabricar uma narrativa com vídeos gerados por inteligência artificial. No entanto, o secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, rebateu as acusações ao declarar que o conteúdo divulgado não foi produzido com inteligência artificial e que o ataque a barco no Caribe foi real e justificado.
Além disso, Hegseth destacou que Maduro “deveria estar preocupado” e classificou o presidente venezuelano como um “chefão do tráfico”.
Presença militar dos EUA no Caribe levanta suspeitas
Os EUA enviaram ao sul do Caribe pelo menos sete navios de guerra, um submarino nuclear e aviões de reconhecimento. Especialistas afirmam que esse tipo de força militar não costuma ser utilizado apenas para combater o tráfico de drogas. A presença de mísseis Tomahawk, de longo alcance e alta precisão, sugere uma preparação para uma possível intervenção militar na Venezuela.
- Sete navios de guerra posicionados;
- Um submarino nuclear em águas do Caribe;
- Aviões espiões P-8 sobrevoando a região;
- Mais de 4.500 militares mobilizados.
Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College (EUA), declarou: “Se você olhar o tipo de equipamento que foi enviado para Venezuela, não é um equipamento de prevenção ou de ação contra o tráfico.”
Cartel de los Soles e a acusação contra Maduro
O governo Trump acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista pelos EUA. A Casa Branca considera o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferece recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura.
No entanto, analistas como Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ, questionam essa narrativa. Santoro afirma que a operação dos EUA se assemelha a outras intervenções recentes, como a do Irã, e pode indicar preparação para ação mais ampla.
Ameaça de luta armada pela Venezuela
Diante da escalada, Maduro declarou que, se os EUA atacarem, a Venezuela entrará imediatamente em luta armada. Ele classificou a presença militar norte-americana como “a maior ameaça à América Latina do último século”.
“Se a Venezuela for atacada, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional, da história e do povo venezuelano”, disse o presidente.
O futuro das relações entre EUA e Venezuela
Ao deixar em aberto a possibilidade de uma mudança de regime na Venezuela, Trump e seu governo reforçam o caráter ofensivo desta operação. Portanto, o ataque a barco no Caribe não é apenas uma ação isolada, mas parte de uma estratégia maior que pode levar a um confronto mais amplo.
Enquanto isso, Caracas aumenta seu estado de alerta e mobiliza tropas para repelir qualquer invasão. A tensão entre os dois países atinge níveis preocupantes, e a comunidade internacional observa com atenção os próximos passos dos EUA.
