O envolvimento da Coreia do Norte no conflito da Ucrânia ganhou novo fôlego após o líder norte-coreano, Kim Jong-un, reafirmar apoio militar à Rússia. Em reunião bilateral com o presidente russo, Vladimir Putin, em Pequim, na China, o líder asiático prometeu “fazer tudo o que puder” para ajudar Moscou na guerra.
Aliança estratégica entre Coreia do Norte e Rússia
A parceria entre os dois países se intensificou após a assinatura de um acordo militar no ano passado, que inclui uma cláusula de defesa mútua. Desde então, a Coreia do Norte envia tropas para a Ucrânia e também fornece grandes quantidades de munições e equipamentos de guerra. Segundo relatórios de grupos observadores, mais de 9 milhões de munições já foram entregues à Rússia.
Além disso, especialistas destacam que a ajuda norte-coreana impactou diretamente na capacidade russa de intensificar os bombardeios contra infraestrutura civil ucraniana. O envio de milhares de soldados, segundo inteligência sul-coreana, já resultou em estimativas de mais de 2 mil baixas entre as tropas enviadas.
Aumento nas baixas e novos contingentes
Os números alarmam a comunidade internacional. Enquanto em abril a estimativa era de 600 mortos, dados mais recentes apontam que esse número mais do que dobrou. O deputado Lee Seong-kweun, após reunião com o Serviço Nacional de Inteligência sul-coreano (NIS), revelou que Pyongyang planeja enviar mais 6.000 soldados e engenheiros. Cerca de mil já teriam chegado à Rússia como parte desse novo contingente.
Repercussão internacional
A Coreia do Norte envia tropas para a Ucrânia em uma demonstração clara de apoio ao regime de Putin, o que tem gerado crescente preocupação entre os países ocidentais. A Ucrânia, por sua vez, já capturou dois soldados norte-coreanos dentro do território russo, evidenciando o envolvimento direto dessas forças no conflito.
Essa parceria está inserida em um contexto mais amplo de tensões globais. Durante o desfile militar na China, em comemoração aos 80 anos da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, o presidente Xi Jinping declarou que “a humanidade está diante da escolha entre paz ou guerra”, o que ressalta a gravidade do momento geopolítico atual.
Desfile militar na China e demonstração de poder
O evento em Pequim reuniu mais de 50 mil espectadores e apresentou equipamentos militares de última geração, como mísseis hipersônicos, drones e tanques. A cerimônia, chamada de “Dia da Vitória”, serviu também como palco para encontros entre líderes como Putin, Kim Jong-un e Xi Jinping, reforçando alianças estratégicas em meio ao cenário global instável.
Portanto, o reforço do apoio militar da Coreia do Norte à Rússia demonstra uma escalada significativa no envolvimento externo no conflito da Ucrânia. Com a Coreia do Norte envia tropas para a Ucrânia em maior número e com mais recursos, a guerra assume uma dimensão ainda mais complexa, ampliando os riscos para a segurança internacional.
