Jeffrey Epstein: brasileira denuncia abusos aos 14 anos e pede justiça nos EUA

Marina Lacerda revela ter sido abusada por Jeffrey Epstein aos 14 anos e agora luta por justiça e transparência nos EUA.

Uma brasileira revelou publicamente ter sido abusada pelo empresário Jeffrey Epstein quando tinha apenas 14 anos. Marina Lacerda, hoje com 37 anos, participou de uma coletiva de imprensa em 3 de setembro de 2025 para exigir a divulgação de todos os documentos da investigação sobre o caso.

A trajetória de abuso de Marina Lacerda

Marina Lacerda conheceu Jeffrey Epstein em 2002, quando se mudou para os Estados Unidos com a mãe e a irmã. As três dividiam um pequeno quarto no bairro do Queens, em Nova York. Além disso, a jovem trabalhava em três empregos para ajudar a sustentar a família.



Foi nesse contexto de vulnerabilidade que surgiu a oportunidade de conhecer Epstein. Uma amiga do bairro lhe ofereceu uma chance de ganhar US$ 300 por dar uma massagem em um homem mais velho. “Isso passou de um emprego dos sonhos para o pior pesadelo”, relatou Marina.

Envolvimento com a rede de tráfico sexual

Segundo a própria vítima, ela passou a integrar uma rede de meninas recrutadas em Nova York e forçadas a encontros sexuais com o empresário. Jeffrey Epstein mantinha uma estrutura de exploração envolvendo dezenas de menores de idade, entre 2002 e 2005.

Marina relatou que os abusos duraram três anos. Ela acreditava, na época, que poderia mudar sua vida ao “jogar o jogo”, na esperança de conseguir um futuro melhor para si e sua família. No entanto, aos 17 anos, Epstein começou a perdê-la o interesse por considerá-la “velha demais”.



Busca por justiça e pressão por transparência

Em 2008, o FBI procurou Marina, mas ela não pôde depor devido ao acordo judicial firmado por Jeffrey Epstein com a Justiça. Apenas em 2019, quando a investigação foi reaberta, Marina teve a oportunidade de prestar depoimento.

Na coletiva de imprensa, a brasileira afirmou: “Como imigrante do Brasil, eu me sinto fortalecida em saber que a garotinha que lutava para sobreviver aos 14 e 15 anos finalmente tem uma voz.”

Proposta de lei para tornar documentos públicos

A coletiva foi organizada pelos deputados norte-americanos Thomas Massie (republicano) e Ro Khanna (democrata), que, apesar de partidos opostos, apoiam a aprovação de uma lei que obrigue a divulgação de todos os documentos sigilosos relacionados ao caso. Isso inclui arquivos do FBI e de procuradores federais.

Esse movimento visa garantir transparência sobre a extensão real da rede de tráfico sexual liderada por Jeffrey Epstein e identificar eventuais cúmplices.

Conexões políticas e impasses na investigação

Jeffrey Epstein manteve relações com personalidades influentes, incluindo políticos e celebridades. Donald Trump, por exemplo, foi associado ao empresário por meio de registros de voos compartilhados. No entanto, até o momento, Trump não é investigado formalmente no caso.

Durante a campanha eleitoral de 2024, o então candidato prometeu revelar uma lista com nomes de supostos clientes de Epstein. Em fevereiro de 2025, alguns documentos foram divulgados, mas o Departamento de Justiça afirmou posteriormente que nenhuma lista oficial existe nos arquivos da investigação.

Portanto, a promessa inicial de transparência foi desmentida, gerando frustração entre apoiadores que acreditam em teorias da conspiração. Ainda assim, vítimas como Marina Lacerda seguem pressionando por justiça e total acesso aos dados.

Conclusão

O caso Jeffrey Epstein revela um sistema de abuso e corrupção com alcance internacional. A coragem de vítimas como Marina Lacerda é fundamental para que a sociedade continue exigindo responsabilização e transparência. A luta por justiça, mesmo após anos, é essencial para prevenir futuros casos semelhantes.