Marina Lacerda é uma brasileira que, aos 14 anos, foi vítima do empresário Jeffrey Epstein. Sua história de coragem e luta pela justiça ganhou destaque internacional em 2025, quando ela participou de uma coletiva de imprensa e exigiu a divulgação completa dos documentos relacionados à investigação contra Epstein.
Quem é Marina Lacerda?
Hoje com 37 anos, Marina Lacerda é mãe e ativista. Ela se mudou para os Estados Unidos com a mãe e a irmã, e morava no bairro do Queens, em Nova York. Para sustentar a família, trabalhava em até três empregos simultaneamente. Foi nesse contexto vulnerável que foi abordada por uma amiga do bairro com uma proposta de trabalho: ganhar US$ 300 por dar uma massagem em um homem mais velho. Essa oportunidade, no entanto, se revelou um pesadelo.
O encontro com Epstein
Marina Lacerda contou que conheceu Jeffrey Epstein em 2002, quando tinha apenas 14 anos. Os abusos começaram logo após esse primeiro contato e se estenderam por três anos. “Eu pensava que, se eu apenas jogasse o jogo, não seria mais só essa imigrante do Brasil e teria algo a esperar do futuro”, revelou ela durante seu depoimento.
Por conta do envolvimento com Epstein, Lacerda abandonou o ensino médio e passou boa parte da adolescência sob o controle do agressor. Segundo ela, Epstein perdeu o interesse quando ela completou 16 ou 17 anos, alegando que estava “velha demais”.
Depoimento e luta pela justiça
Em 2008, o FBI a procurou, mas seu depoimento só foi oficialmente registrado 11 anos depois, com a reabertura da investigação. Na acusação formal de 2019, Marina foi identificada como “Vítima menor 1”. Suas informações foram fundamentais para levar Epstein à prisão.
Marina Lacerda declarou que há partes de sua própria história que não consegue lembrar. “Há pessoas por aí que sabem mais sobre meu abuso do que eu. O governo tem documentos que poderiam me ajudar a lembrar e a me curar.”
Campanha pela transparência
Em sua mais recente aparição pública, Lacerda pediu ao Congresso dos EUA que aprove uma lei que obrigue a divulgação de todos os documentos da investigação. A iniciativa tem o apoio dos deputados Thomas Massie e Ro Khanna, de partidos opostos, que buscam forçar a votação do projeto no Congresso.
A proposta visa tornar públicos todos os arquivos sigilosos, incluindo os sob posse do FBI e dos escritórios de procuradores federais. Além disso, Marina acredita que a transparência pode ajudar outras vítimas a se curarem e a buscarem justiça.
O caso Epstein e as conexões políticas
Jeffrey Epstein, além de acusado de tráfico sexual de menores, tinha conexões com milionários, celebridades e políticos. Seu nome chegou a aparecer em registros de voos ao lado de figuras famosas, incluindo Donald Trump. Embora Trump não seja investigado no caso, a promessa de revelar uma lista de nomes envolvidos no esquema dividiu opiniões durante a campanha eleitoral de 2024.
Apesar das promessas iniciais, o Departamento de Justiça dos EUA informou mais recentemente que não há nenhuma lista de clientes nos arquivos da investigação. O próprio ex-presidente passou a afirmar que o documento é uma farsa. No entanto, essa mudança de posição gerou frustração entre seus apoiadores, muitos dos quais acreditam em teorias da conspiração relacionadas ao caso.
Por que Marina Lacerda se tornou uma voz importante?
Marina Lacerda representa a voz de muitas vítimas silenciadas por anos. Sua coragem em contar sua história e exigir transparência revela uma luta não apenas pessoal, mas também coletiva. Ela simboliza a necessidade de justiça, memória e responsabilização em casos de abuso de poder.
Portanto, a trajetória de Marina Lacerda é um exemplo de resiliência e determinação. Sua luta pela verdade pode abrir caminho para outras vítimas encontrarem voz e esperança.