O caso Epstein continua sendo um dos temas mais polêmicos e sensíveis da política internacional. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump, cada vez mais pressionado por conexões com o bilionário Jeffrey Epstein, lançou duros ataques contra o Partido Democrata. Em resposta, vítimas do esquema de tráfico sexual liderado por Epstein reforçam a necessidade de transparência e justiça.
A postura de Trump diante do caso Epstein
Em uma publicação na rede social Truth Social, Trump voltou a chamar as investigações sobre o caso Epstein de “fraude”. Além disso, o presidente insinuou que membros do Partido Democrata mantinham relações próximas com Epstein. Segundo Trump, democratas teriam frequentado a ilha privada do bilionário, onde ocorriam abusos sexuais.
“O confuso e fracassado Partido Democrata não fez nada a respeito de Jeffrey Epstein enquanto ele estava vivo”, afirmou Trump, em tom defensivo. Além disso, ele acusou os adversários políticos de usar o caso Epstein como ferramenta para desviar a atenção do sucesso do governo republicano.
Resposta do Departamento de Justiça
Em julho, o Departamento de Justiça dos EUA informou que realizou uma “revisão exaustiva dos registros investigativos” relacionados a Epstein. No entanto, não encontrou evidências da existência de uma “lista de clientes” que usaria para chantagem, como havia sido sugerido anteriormente. Portanto, o presidente passou a afirmar que tal documento é uma farsa.
No entanto, essa mudança de versão gerou descontentamento entre apoiadores de Trump, que acreditam em teorias da conspiração e exigem a total divulgação dos documentos sigilosos do caso Epstein.
Vítimas clamam por justiça e transparência
Enquanto o debate político se intensifica, vítimas do esquema liderado por Epstein seguem empenhadas na luta por justiça e transparência. Uma delas é a brasileira Marina Lacerda, que revelou ter sido abusada por Epstein aos 14 anos de idade.
Em entrevista à rede norte-americana ABC News, Marina relatou que Epstein abusava de “até dez mulheres por dia”. Além disso, ela contou que foi recrutada sob a promessa de um emprego, mas terminou envolvida em uma rede de exploração sexual.
“Eu não esperava o que aconteceria naquele dia. Com Jeffrey Epstein, tínhamos que fazer sexo, querendo ou não”, revelou Marina durante a entrevista.
Coletiva pela transparência
Na última quarta-feira (3), Marina participou de uma coletiva de imprensa organizada por deputados em Washington. O objetivo do evento foi pedir que o Congresso dos EUA aprovasse uma lei que obrigue a divulgação completa dos documentos da investigação.
A coletiva contou com o apoio de membros de ambos os partidos: o republicano Thomas Massie e o democrata Ro Khanna. Apesar das diferenças políticas, os dois estão unidos na tentativa de pautar a votação sobre a transparência dos arquivos.
O histórico do caso Epstein
Jeffrey Epstein foi condenado por tráfico sexual em 2019 e morreu na prisão pouco tempo depois. Durante sua vida, manteve relações com figuras influentes, entre elas Donald Trump. Embora o presidente negue envolvimento, seu nome apareceu em registros de voos vinculados ao bilionário.
Durante a campanha eleitoral de 2024, Trump prometeu divulgar supostos arquivos secretos sobre o esquema de Epstein. No entanto, os documentos divulgados não revelaram uma “lista de clientes”, como esperado por muitos.
Portanto, o caso Epstein segue como um dos capítulos mais controversos da política e da justiça dos Estados Unidos, com pressões crescentes por transparência e responsabilização.