Eleições na Argentina: Milei encara crise política em Buenos Aires após escândalo com irmã

Acompanhe tudo sobre as eleições na Argentina, com Milei enfrentando crise política após escândalo envolvendo sua irmã em Buenos Aires.

As eleições na Argentina deste domingo (7) representam um momento crucial para o presidente Javier Milei. Enquanto enfrenta um escândalo envolvendo sua irmã, Karina Milei, o mandatário precisa provar sua força política em Buenos Aires, uma das regiões mais importantes do país.

Contexto das eleições na Argentina

Os eleitores da província de Buenos Aires, que abriga quase 40% dos eleitores argentinos, irão às urnas para escolher 46 deputados e 23 senadores provinciais. Além disso, cargos municipais como vereadores e conselheiros escolares também estão em disputa. Portanto, o resultado terá impacto direto no cenário político nacional.



Além disso, a região é governada pelo opositor Axel Kicillof, um aliado histórico do peronismo. Dessa forma, Milei vê na vitória do seu partido, La Libertad Avanza, uma oportunidade de demonstrar força diante da crescente pressão política.

Pesquisa eleitoral e clima político

De acordo com pesquisa da consultoria Aresco, divulgada na quarta-feira (3), a Fuerza Patria — aliança eleitoral do peronismo — lidera com 36,7% dos votos. Já o partido de Milei marca 34,8%, dentro da margem de erro de 1,24%.

No entanto, o clima político está instável. A divulgação de áudios que envolvem a irmã do presidente, aliada a operações policiais ordenadas pela Justiça, intensificou o debate sobre sua gestão. Milei encara uma queda no índice de aprovação, a menor desde sua posse.



Desafios no Congresso e pressão por reformas

Para avançar com sua agenda de livre mercado e reerguer a economia argentina, Milei precisa de apoio no Congresso. Seu partido, La Libertad Avanza, ocupa menos de 15% das cadeiras legislativas. Portanto, a expansão desse bloco é essencial para viabilizar reformas.

Na última quinta-feira (4), o Senado argentino derrubou pela primeira vez um veto presidencial, mantendo uma lei que amplia benefícios para pessoas com deficiência. Essa derrota simboliza o crescente desafio de Milei no Legislativo.

Oposição testa força após condenação de Cristina Kirchner

Enquanto o governo enfrenta escândalos, a oposição também passa por desafios. A condenação de Cristina Kirchner à prisão em junho, por administração fraudulenta, enfraqueceu temporariamente o kirchnerismo. No entanto, Kicillof e seus aliados buscam se reorganizar para as eleições na Argentina de outubro.

Apesar das dificuldades, muitos apoiadores de Milei ignoram os escândalos. O presidente insiste em chamar as acusações de “farsa” e afirma que tudo não passa de uma operação política orquestrada pela oposição.

Polarização e cenário pós-eleições

  • Consultor político Facundo Cruz acredita que a polarização favorece Milei;
  • Ana Iparraguirre, por outro lado, destaca que escândalos somados à crise econômica são uma combinação perigosa;
  • A votação em Buenos Aires pode indicar o rumo das reformas governamentais nos próximos meses.

Além disso, o presidente argentino encerrou sua campanha em Los Angeles (EUA) e retornou ao país para acompanhar os votos da residência oficial, a Quinta de Olivos.

Conclusão

As eleições na Argentina deste domingo são um termômetro da popularidade de Milei e um teste de fogo para sua capacidade de governar em meio a crises. O resultado em Buenos Aires irá moldar o cenário político até as eleições nacionais de outubro, portanto, todos os olhos estão voltados para o desfecho deste embate.