A China respondeu com firmeza às recentes declarações dos Estados Unidos sobre a imposição de tarifas sobre petróleo russo. O Ministério do Comércio chinês classificou a iniciativa como “um exemplo clássico de intimidação unilateral e coerção econômica”, em resposta ao apelo do ex-presidente norte-americano Donald Trump aos aliados do G7 e da Otan para impor tarifas secundárias sobre importações chinesas.
Tensões crescem entre EUA e China
Trump propôs tarifas que variam entre 50% e 100% sobre produtos chineses como forma de pressionar Pequim a reduzir suas importações de petróleo russo. Além disso, o ex-presidente sugeriu que os aliados europeus deixem de comprar energia russa, visando acelerar o fim da guerra na Ucrânia. No entanto, a China rejeitou veementemente essa abordagem, afirmando que ela viola os princípios do comércio multilateral.
Aproximadamente 17,5% das importações de petróleo da China vêm da Rússia. Os laços comerciais e geopolíticos entre os dois países se fortaleceram após Moscou ser alvo de sanções ocidentais em 2022, o que levou a uma reorientação das exportações russas para mercados não ocidentais. Portanto, uma restrição significativa ao comércio entre China e Rússia exigiria uma mudança substancial na estratégia econômica de Pequim.
Diálogo em Madri e desentendimentos tecnológicos
Enquanto negociações continuam em diferentes frentes, autoridades chinesas e norte-americanas mantiveram reuniões em Madri para discutir temas como tarifas comerciais e o desinvestimento do TikTok pela empresa chinesa ByteDance. Apesar de uma trégua tarifária temporária em maio e agosto, as relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo permanecem tensas.
Além disso, a China anunciou que está investigando a Nvidia, uma das maiores fabricantes de chips dos EUA, por possíveis violações da lei antimonopólio local. Esse movimento demonstra que as tensões econômicas não se limitam ao setor energético. Assim, a disputa comercial entre EUA e China envolve múltiplas dimensões, incluindo tecnologia, segurança e geopolítica.
- Sanções e tarifas: Imposição de tarifas secundárias sobre países que negociam com a Rússia.
- Energia russa: A China é um parceiro comercial crescente da Rússia no setor energético.
- Guerra comercial: Desentendimentos sobre tecnologia, fentanil e controle de exportações.
- Diálogo internacional: Negociações em andamento, mas sem consenso sobre os principais pontos de conflito.
China pede respeito e negociação equilibrada
Em nota oficial, o Ministério do Comércio chinês solicitou que os EUA adotem uma postura mais equilibrada, evitando ações unilaterais que possam prejudicar o comércio global. O órgão destacou a importância de resolver os conflitos por meio de diálogo igualitário e multilateral. Em conclusão, o debate em torno das tarifas sobre petróleo russo revela a complexidade das relações internacionais no cenário pós-pandemia e de guerra globalizada.