O ativista britânico de extrema direita Tommy Robinson voltou a ocupar os holofotes ao liderar uma das maiores manifestações anti-imigração da história recente do Reino Unido. Em 13 de setembro de 2025, centenas de milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Londres em protesto contra a imigração, com Tommy Robinson no centro das atenções.
Quem é Tommy Robinson?
Nascido como Stephen Yaxley-Lennon, Tommy Robinson é um figura controversa no cenário político britânico. Aos 42 anos, construiu uma reputação como líder de movimentos nacionalistas e anti-imigração, com forte retórica contra a islamização da Europa. Além disso, ele mantém laços estreitos com o movimento MAGA dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump.
Durante o ato em Londres, Tommy Robinson declarou: “Só existe um país no mundo, um governo, que luta por toda a nossa liberdade de expressão. Não é o nosso governo. Certamente não é a União Europeia. É o Partido Republicano nos Estados Unidos.”
Influência e apoios internacionais
Um dos fatores que mais ampliaram sua visibilidade foi o apoio incondicional do bilionário Elon Musk. Durante o mega protesto, Musk se dirigiu à multidão via videoconferência, sugerindo até mesmo a dissolução do Parlamento britânico. A declaração “Quer você escolha a violência ou não, a violência virá até você. Ou você luta ou morre” ecoou entre os manifestantes.
Portanto, o ativismo de Tommy Robinson transcende o Reino Unido. Sua retórica xenófoba e anti-islâmica se conecta diretamente a movimentos de extrema direita em todo o mundo, inclusive nos EUA e na Europa.
Histórico criminal e banimento nas redes
A biografia de Tommy Robinson é marcada por condenações criminais, incluindo agressão, fraude de passaporte, fraude hipotecária e desacato ao tribunal. Ele cumpriu quatro penas de prisão, que frequentemente descreve como tentativas de silenciá-lo.
- Condenado por difamação após difundir acusações falsas contra um refugiado sírio;
- Banido do Twitter em 2018 por violações de políticas de discurso de ódio;
- Retornou à plataforma em 2022 após a aquisição pelo Elon Musk;
Esses episódios reforçam a imagem controversa de Robinson, que combina ativismo político com um histórico pessoal turbulento.
Ideologia e teorias conspiratórias
Em sua cruzada contra a imigração, Tommy Robinson defende a chamada “teoria da grande substituição”, uma narrativa conspiratória que sustenta que a população branca está sendo sistematicamente substituída por minorias étnicas. Essa teoria, embora rejeitada por especialistas, encontra eco em círculos de extrema direita na Europa e nos EUA.
Além disso, sua liderança na Liga de Defesa Inglesa já mobilizou grupos violentos em protestos contra a comunidade muçulmana. A retórica incendiária de Robinson frequentemente transforma eventos políticos em verdadeiras arenas de confronto, mais próximas de partidas de futebol do que de debates democráticos.
Rejeição política e polarização
Apesar da mobilização popular, Tommy Robinson permanece um pária na classe política britânica. Até mesmo Nigel Farage, líder do controverso Partido Reforma, o considera extremista demais.
No entanto, a manifestação de 2025, que reuniu entre 110 mil e 150 mil pessoas, mostra o quanto ele consegue catalisar a insatisfação popular. A marcha “Unir o Reino” terminou com 26 policiais feridos, evidenciando o risco de radicalização.
Diante do maior protesto nacionalista da história recente do Reino Unido, Tommy Robinson parece ignorar os desafetos políticos ao proclamar: “Nós surfamos na tempestade, resistimos à tempestade e hoje somos a tempestade.”