O Kremlin acusou formalmente a Otan de estar envolvida na guerra contra a Rússia, em uma declaração que promete aumentar ainda mais as tensões entre Moscou e os países ocidentais. A Organização do Tratado do Atlântico Norte, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, fornece apoio direto e indireto ao regime de Kiev.
Declarações do Kremlin intensificam crise
“A Otan está de fato envolvida nesta guerra. Pode-se dizer com absoluta certeza que a Otan está lutando contra a Rússia”, afirmou Peskov durante coletiva de imprensa. A declaração ocorre após a invasão de drones russos nos espaços aéreos da Polônia e da Romênia — dois países-membros da aliança.
Além disso, a Rússia nega envolvimento com os drones que entraram em território europeu. No entanto, ambos os aparelhos foram abatidos por caças da Otan, um fato inédito até então na guerra iniciada em 2022.
Reações dentro da aliança
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, classificou os incidentes como “imprudentes e inaceitáveis”. Em resposta, a aliança iniciou a operação Sentinela Oriental, que reforça a segurança no flanco leste europeu, incluindo países como Polônia, Romênia e os Estados Bálticos.
- Reforço terrestre e aéreo nas fronteiras orientais;
- Envio de caças F-16, Rafale e Eurofighter por diversos aliados;
- Implementação de patrulhas conjuntas em tempo real.
Além disso, o general Alexus Grynkewich, comandante militar da Otan, reafirmou que a aliança defenderá “cada centímetro” de seu território. A operação, que começou na sexta-feira, ainda aguarda a contribuição detalhada do Reino Unido.
Rússia realiza exercícios militares em resposta
Diante do aumento da pressão militar, a Rússia iniciou exercícios conjuntos com a Bielorrússia. No decorrer das operações, testou um novo míssil hipersônico, capaz de atingir capitais europeias em minutos — segundo Mark Rutte.
Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e aliado próximo de Putin, foi mais enfático ao criticar a aliança: “Implementar a ideia de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia significará apenas uma coisa: a guerra da Otan com a Rússia”.
Política externa e pressões internacionais
Enquanto isso, os EUA e outros aliados expressaram preocupação com os ataques e acusaram Moscou de violar a lei internacional. Donald Tusk, primeiro-ministro da Polônia, rebateu diretamente comentários de Donald Trump, que sugeriu que o ataque teria sido um acidente. “Também gostaríamos que fosse um erro. Mas não foi”, respondeu Tusk nas redes sociais.
Trump, por sua vez, declarou que sua paciência com Putin “está se esgotando rapidamente” e sugeriu um novo pacote de sanções à Rússia durante cúpula em agosto de 2025.
Perspectivas para o futuro
Portanto, a escalada envolvendo a Otan e a Rússia demonstra que a guerra na Ucrânia está longe de se limitar ao território ucraniano. A suspensão das negociações entre Moscou e Kiev, segundo o Kremlin, reforça o cenário de conflito prolongado. Com o fortalecimento da presença militar no Leste Europeu, a Otan assume um papel ainda mais central na geopolítica global.