Agressão dos EUA contra a Venezuela: Maduro acusa Estados Unidos de justificar intervenção com mentiras

Maduro acusa os EUA de agressão contra a Venezuela, justificando mobilização militar como forma de defesa diante de ameaças norte-americanas.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (15) que o país enfrenta uma agressão dos EUA contra a Venezuela, classificando as ações dos Estados Unidos como uma escalada injustificada e perigosa. Maduro destacou que a Venezuela está apenas exercendo seu direito legítimo à defesa diante de ameaças crescentes.

O que Maduro chamou de “agressão”

Em um encontro com jornalistas nacionais e internacionais, cinco semanas após o início das tensões entre os dois países, Maduro foi enfático ao declarar: “Não é uma tensão. É uma agressão em todas as linhas: judicial, política, diplomática e militar.” Além disso, o presidente venezuelano argumentou que os Estados Unidos utilizam a mentira como justificativa para impor uma escalada militar.



Mobilização militar e resposta venezuelana

No último fim de semana, Maduro convocou reservistas, milicianos e jovens alistados para treinamentos em quartéis por todo o país. Essa mobilização faz parte da resposta à agressão dos EUA contra a Venezuela, segundo o governo local. Maduro destacou a necessidade de unir e empoderar o povo venezuelano diante do que chamou de “ofensiva imperialista”.

Em discurso inflamado, o presidente afirmou que todas as armas da República — fuzis, tanques e mísseis — foram mobilizadas para defender o direito à paz. “Quem quer paz, prepare-se para defendê-la”, declarou.

A justificativa dos Estados Unidos

No dia 19 de agosto, o governo norte-americano anunciou que usaria “toda a força” contra o governo de Maduro, alegando que suas ações faziam parte de uma operação contra o narcoterrorismo. Portanto, os EUA enviaram oito navios de guerra ao Mar do Caribe, incluindo um submarino nuclear, e posicionaram armamento avançado na região.



Além disso, o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, fez uma visita surpresa a um dos navios, evidenciando o envolvimento direto do governo americano na operação militar.

Maduro rebate acusações e acusa uso de inteligência artificial

Questionado sobre um ataque norte-americano registrado em 2 de setembro — no qual Donald Trump alegou ter destruído um barco com drogas — Maduro sugeriu que as imagens poderiam ser manipuladas com inteligência artificial. Contudo, não acusou diretamente o presidente americano. No entanto, sugeriu que Trump deveria investigar a origem do vídeo.

Milícia Bolivariana e preparação popular

Maduro ordenou o envio de 25 mil efetivos das Forças Armadas para estados fronteiriços e convocou civis para se alistarem na Milícia Bolivariana, um grupo paramilitar composto por cidadãos comuns. Segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), a milícia teria cerca de 212 mil integrantes, somados aos 123 mil soldados dos outros ramos.

  • Convocação de reservistas e jovens alistados;
  • Mobilização de fuzis, tanques e mísseis;
  • Fortalecimento da Milícia Bolivariana;
  • Preparação de estados fronteiriços;
  • Defesa baseada em direito internacional.

No entanto, generais reformados ouvidos pela AFP estimam que apenas cerca de 30 mil desses milicianos estão efetivamente bem treinados e armados. Essa discrepância evidencia as limitações práticas da resposta militar venezuelana.

Relações diplomáticas interrompidas

Maduro negou veementemente a existência de qualquer negociação com os Estados Unidos, afirmando: “As comunicações foram desfeitas por eles com suas ameaças de bombas, morte e chantagem.” Portanto, o governo venezuelano considera rompidos todos os canais de diálogo com Washington.

Em conclusão, a situação entre Estados Unidos e Venezuela permanece crítica. A agressão dos EUA contra a Venezuela, segundo Maduro, é uma tentativa de legitimar uma intervenção sob alegações falsas. A resposta venezuelana, embora enfática, revela uma estratégia de defesa popular e militar diante da pressão externa.