Após declarações polêmicas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Rússia respondeu de forma contundente. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou veementemente a afirmação de que a Rússia seria um “tigre de papel” e reafirmou a força do país no contexto do conflito com a Ucrânia.
Declarações de Trump geram reação diplomática
Donald Trump, em entrevista após se reunir com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, durante a Assembleia Geral da ONU em 2025, classificou a Rússia como um “tigre de papel”. Além disso, afirmou que a Ucrânia poderia recuperar todos os territórios perdidos desde o início da guerra. Essa declaração marcou uma mudança de discurso, uma vez que Trump havia sugerido anteriormente que Kiev cedesse territórios para concluir o conflito.
Portanto, o Kremlin, por meio de Peskov, reagiu de forma imediata e assertiva. Em entrevista à RBC, o porta-voz declarou que a Rússia não se encaixa na metáfora de “tigre de papel”. “A Rússia definitivamente não é um tigre. Afinal, a Rússia é mais frequentemente comparada a um urso. Não existem ‘ursos de papel’ e a Rússia é um urso de verdade”, destacou.
Críticas de Moscou ao discurso ucraniano e ocidental
Além de refutar o termo utilizado por Trump, a Rússia também questionou a real capacidade de Kiev recuperar qualquer território. Segundo Peskov, a crença de que a Ucrânia pode reaver áreas de controle é “profundamente equivocada”. O porta-voz ainda enfatizou que a economia russa consegue atender plenamente às necessidades das Forças Armadas, reforçando a ideia de que a guerra não é um esforço vazio.
Portanto, essa resposta indica que a Rússia continua confiante em sua posição militar, mesmo diante da pressão de aliados ocidentais e do apoio renovado de Washington à Ucrânia. Afinal, o Kremlin vê a guerra como um conflito de longo prazo, com objetivos estratégicos claros.
Crise de tensão aérea aumenta riscos de escalada
Em paralelo, a situação no espaço aéreo da Europa tem gerado crescente preocupação. A Rússia foi acusada por diversos países da Otan de invadir o espaço aéreo de nações como Estônia, Polônia e Romênia. Em resposta a perguntas de jornalistas, Trump declarou que apoiaria o derrubamento de aeronaves russas que invadissem a soberania da aliança.
Contudo, quando questionado se os EUA ajudariam diretamente os aliados nesse tipo de ação, o presidente norte-americano respondeu que o apoio “dependeria” das circunstâncias. Esse posicionamento ambíguo, no entanto, aumenta a inquietação de especialistas, que temem por uma escalada acidental devido à falta de clareza nas políticas de defesa.
Assim, episódios recentes de invasão de espaço aéreo incluem:
- 22 de setembro: drones provocam suspensão de voos em Copenhague, Dinamarca, por quase quatro horas;
- 19 de setembro: a Estônia acusou a Rússia de invadir seu espaço aéreo com três jatos de combate;
- 13 de setembro: a Romênia enviou caças após a invasão de drones russos;
- 9 de setembro: a Polônia abateu drones russos que cruzaram a fronteira com a Ucrânia.
Conflito permanece em xeque
Diante das últimas declarações de líderes internacionais, a situação entre Rússia e Ucrânia segue extremamente tensa. Embora a retórica de Trump indique uma postura mais favorável a Kiev, a resposta de Moscou é de firmeza e determinação. Em conclusão, a guerra, que já dura mais de três anos, não mostra sinais de desaceleração e, ao contrário, traz novas ameaças de escalada, especialmente no domínio aéreo europeu.
Portanto, a Rússia reafirma sua postura de força, enquanto os EUA e seus aliados tentam redefinir a estratégia de apoio à Ucrânia. O equilíbrio entre pressão e contenção, porém, permanece frágil, exigindo atenção constante de toda a comunidade internacional.
