Trump e Erdogan discutem fim das compras de gás russo e redefinem alianças geopolíticas

Trump e Erdogan se reúnem na Casa Branca, e o presidente americano exige fim das importações de energia russa. Saiba mais sobre as pressões e alianças em jogo.

Na tarde de quinta-feira (25), Trump e Erdogan se encontraram na Casa Branca para uma reunião de alto nível. Um dos principais temas da agenda foi a guerra na Ucrânia, com o presidente americano fazendo duras críticas à Rússia e pressionando a Turquia a interromper a compra de petróleo e gás russo.

Pressão sobre a Turquia para reduzir dependência energética da Rússia

Antes do encontro, Trump deixou claro que a Turquia, como membro da Otan, deveria parar de financiar a economia russa por meio de importações de energia. “A melhor coisa que ele poderia fazer é não comprar petróleo e gás da Rússia”, declarou o presidente norte-americano, referindo-se a Erdogan.



Além disso, Trump destacou que a guerra já custou “milhões de vidas” e qualificou a atuação de Vladimir Putin como vergonhosa. No entanto, ainda é incerto como Erdogan responderá a essa exigência. Afinal, o gás russo representa 41% das importações totais da Turquia — um dado que ilustra o grau de dependência energética do país.

Sanções internacionais e pressões globais

Essa não é a primeira vez que Trump ameaça sanções. Em agosto, ele impôs uma tarifa de 50% sobre a Índia como resposta à compra de petróleo russo. O Brasil também está na mira: segundo uma reportagem da BBC News Brasil, 60% do diesel importado pelo país nos últimos quatro anos veio da Rússia.

Portanto, a pressão sobre os aliados da Otan para cortar relações econômicas com Moscou tem aumentado significativamente. Na Assembleia Geral da ONU, Trump criticou a Europa por não conter adequadamente a dependência de energia russa. Essa postura representa uma reviravolta completa, já que, no início de seu mandato, Trump apoiava mais as posições de Putin do que as de Volodymyr Zelensky.



Relações entre EUA e Turquia: tensões e oportunidades

Apesar de críticas, o tom do encontro foi notavelmente mais cordial do que em 2019. Na ocasião, a crise envolvendo a Síria gerou atritos entre os dois líderes. Agora, Trump e Erdogan parecem mais próximos, especialmente em questões de defesa, comércio e diplomacia.

Trump elogiou Erdogan chamando-o repetidamente de “durão”. Além disso, a possibilidade de acordos comerciais favoráveis foi mencionada. “Vamos fechar ótimos acordos comerciais para ambos os países”, afirmou o presidente americano. No entanto, a venda de caças F-35 e F-16, bem como a suspensão de sanções impostas durante a gestão Biden, ainda são temas de negociação.

Guerra em Gaza: alinhamentos divergentes

Outro ponto de interesse comum foi a guerra em Gaza, onde Trump e Erdogan têm posições distintas. Enquanto a Turquia apoia os palestinos, os EUA mantêm aliança com Israel. Ao ser questionado sobre a postura turca, Trump evitou compromissos. “Eu não sei a posição dele, eu não posso falar sobre isso”.

Apesar da divergência, ambos mostraram-se interessados em não pressionar o outro. Trump afirmou acreditar que uma solução para o conflito está próxima, especialmente com a libertação de reféns. No entanto, o presidente norte-americano se recusa a reconhecer a criação de um Estado Palestino, alegando que isso seria uma “recompensa” para o Hamas.

Conclusão: alianças em redefinição

Em resumo, o encontro entre Trump e Erdogan demonstra uma reconfiguração de alianças geopolíticas. Embora o relacionamento entre os dois líderes tenha melhorado, a dependência energética da Turquia em relação à Rússia permanece como um desafio. Portanto, a eficácia dessas pressões dependerá de compromissos concretos, tanto de Ankara quanto de Washington.

  • Trump exige fim das importações de energia russa
  • Relações entre EUA e Turquia estão em redefinição
  • Questões de defesa e comércio ainda precisam de acordos
  • Guerra em Gaza revela alinhamentos divergentes