Na sexta-feira (26), drones suspeitos foram avistados sobre a maior base militar da Dinamarca, gerando alerta entre as autoridades e intensificando o debate sobre a segurança aérea em território europeu. A polícia confirmou o incidente no dia seguinte, destacando que a situação é parte de uma série de eventos semelhantes classificados pelo governo como um “ataque híbrido”.
Base militar de Karup é alvo de atividade aérea não identificada
Segundo informações da polícia dinamarquesa, um ou dois drones foram vistos sobre a base aérea de Karup por volta das 20h15 (horário local), em um evento que durou várias horas. O oficial Simon Skelsjaer, responsável pelas declarações, afirmou que os drones não foram abatidos, e que a origem dos aparelhos permanece desconhecida.
Além disso, a base de Karup compartilha infraestrutura com o Aeroporto de Midtjylland, o que resultou em um breve fechamento do aeroporto. Contudo, nenhum voo comercial foi afetado, já que não havia programação naquele momento, segundo Skelsjaer. A polícia e o Exército dinamarquês trabalham em conjunto para investigar os fatos.
Ataques híbridos e acusações políticas
Na quinta-feira (25), a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, divulgou uma mensagem de vídeo na qual declarou que o país havia sido vítima de ataques híbridos — uma forma de guerra não convencional, segundo especialistas. Frederiksen apontou diretamente para a Rússia, afirmando: “Há um país que representa uma ameaça à segurança da Europa, e esse país é a Rússia.”
Porém, Moscou rejeitou veementemente qualquer ligação com os incidentes, classificando-os como uma “provocação encenada” em comunicado divulgado pela embaixada russa em Copenhague. O ministro da Justiça da Dinamarca, Peter Hummelgaard, também se pronunciou, declarando que o objetivo desses ataques seria “semear o medo, criar divisões e nos assustar”.
UE planeja “muro antidrones” para reforçar defesas
Os voos de drones suspeitos ocorreram dias após a Dinamarca anunciar a aquisição de armas de precisão de longo alcance, justificando a necessidade de preparar o país para uma possível ameaça russa nos próximos anos. Hummelgaard, além disso, informou que Copenhague também investirá em tecnologias para detectar e neutralizar drones não identificados.
Na sexta-feira (26), ministros da Defesa de diversos países da União Europeia concordaram que a construção de um “muro antidrones” é uma prioridade de segurança. O comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, declarou: “Precisamos agir rapidamente, e precisamos aprender todas as lições da Ucrânia e construir esse muro antidrones junto com a Ucrânia.”
Em meio a esse cenário de tensão, Copenhague sediará uma cúpula europeia de chefes de governo na quarta e quinta-feira. Para garantir a segurança do evento, a capital dinamarquesa aceitou a oferta da Suécia de fornecer sua tecnologia antidrones — uma medida de precaução considerada essencial.
Por que os drones suspeitos são motivo de preocupação?
Os incidentes com drones têm se tornado cada vez mais comuns na Europa, principalmente em áreas estratégicas. Eles representam um risco real devido à sua capacidade de monitoramento, interferência em infraestruturas críticas, e potencial de uso para ataques. Por isso, países como Dinamarca, Suécia e outros membros da UE têm investido em defesas especializadas.
Portanto, a presença de drones não identificados sobre a base aérea de Karup não é apenas um problema de segurança local, mas um alerta para toda a Europa. O caso evidencia a necessidade de uma resposta coordenada e tecnologicamente avançada, a fim de proteger o espaço aéreo europeu de ações potencialmente hostis.
- Os drones suspeitos sobre a base aérea de Karup marcaram a continuidade de ataques híbridos.
- As autoridades dinamarquesas ainda investigam a origem dos drones.
- UE debate a criação de um “muro antidrones” inspirado nas lições da Ucrânia.
- Investimentos em tecnologia de defesa contra drones aumentam na Europa.