Plano de paz para Gaza recebe apoio do Brasil, afirma Mauro Vieira

O plano de paz para Gaza apresentado pelos EUA recebeu apoio oficial do Brasil, segundo o chanceler Mauro Vieira. Saiba os detalhes da proposta.

O plano de paz para Gaza apresentado pelos Estados Unidos ganhou respaldo oficial do governo brasileiro. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que o Brasil irá manifestar apoio público à iniciativa, destacando alinhamento com as posições tradicionais do país sobre o conflito no Oriente Médio.

Declaração do chanceler durante audiência na Câmara

Em declaração durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o chanceler respondeu a questionamento do deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR). Segundo Vieira, o Brasil tomou conhecimento dos detalhes do plano de paz para Gaza apenas na tarde anterior à audiência. Portanto, a posição oficial seria divulgada em breve, possivelmente no mesmo dia.



“O Brasil está acompanhando, e somente ontem, no final da tarde, tomamos conhecimento de todos os detalhes do plano que foi lançado. E, sem dúvida nenhuma, vamos aplaudi-lo publicamente, possivelmente ainda no dia de hoje”, declarou.

Alinhamento com a diplomacia brasileira

Mauro Vieira destacou que o conteúdo da proposta norte-americana está em sintonia com a política externa brasileira. O Brasil, que já apresentou resoluções no Conselho de Segurança da ONU em defesa da paz, teve algumas delas vetadas por membros permanentes do órgão. No entanto, o plano de paz para Gaza agora traz elementos que reforçam temas como direitos humanos, ajuda humanitária e governança local, considerados essenciais pela diplomacia brasileira.

“Tudo isso está dentro das nossas linhas políticas. Sem dúvida nenhuma, o Brasil aplaude a iniciativa, e fazemos votos de que ela surta efeitos e seja aceita por todas as partes”, concluiu o ministro.



Os principais pontos do plano de paz para Gaza

O plano de paz, anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, traz medidas concretas para encerrar o conflito. Confira os principais pontos:

  • Fim imediato da guerra e troca de reféns e prisioneiros: O cessar-fogo ocorreria logo após a aceitação do plano. Israel libertaria prisioneiros, enquanto o Hamas devolveria todos os reféns em até 72 horas. A troca incluiria também restos mortais.
  • Ajuda humanitária e reconstrução de Gaza: Entrada imediata de alimentos, água, energia, equipamentos médicos, além de infraestrutura. A distribuição seria feita por organizações neutras, como a ONU e o Crescente Vermelho.
  • Nova governança em Gaza: Um comitê palestino tecnocrático e apolítico assumiria a gestão local, supervisionado por um “Conselho da Paz” presidido por Trump. O objetivo é preparar a volta da Autoridade Palestina após reformas.
  • Desmilitarização e anistia ao Hamas: A destruição de túneis e infraestrutura militar seria feita sob monitoramento internacional. Membros do Hamas poderiam entregar armas e receber anistia, ou optar por sair com segurança para outros países.
  • Segurança internacional e futuro político: Uma Força Internacional de Estabilização treinaria a polícia local. Israel se retiraria gradualmente, mantendo apenas um perímetro de segurança temporário. O plano prevê caminho para a autodeterminação palestina e coexistência pacífica.

Portanto, o plano de paz para Gaza traz uma abordagem multifacetada, focada em resolver não apenas os aspectos de segurança, mas também as questões humanitárias e políticas. Para o Brasil, a iniciativa representa uma nova esperança de estabilidade na região.

Em conclusão, o chanceler Mauro Vieira reforçou que o Brasil continuará acompanhando os desdobramentos, mantendo seu compromisso com a paz, a justiça e o respeito aos direitos humanos.