Reunião Lula e Trump pode ocorrer na cúpula da ASEAN, na Malásia

A reunião Lula e Trump pode ocorrer em outubro, durante a cúpula da ASEAN, na Malásia, em um encontro estratégico para a política externa do Brasil.

O governo brasileiro identificou a cúpula da ASEAN, na Malásia, como local ideal para a tão aguardada reunião Lula e Trump. Segundo informações da agência Bloomberg, o evento, programado para começar em 26 de outubro, oferece um ambiente neutro, estratégico e diplomático para a primeira conversa direta entre os presidentes desde o início da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos.

Um encontro em território neutro

Esse formato de reunião em uma plataforma multilateral como a ASEAN tem o objetivo de facilitar um diálogo produtivo, sem as pressões de um ambiente institucional. Além disso, a cúpula asiática permite que ambos os líderes apresentem suas posições em um contexto de cooperação internacional, o que pode amenizar tensões recentes.



Um funcionário da Casa Branca confirmou que conversas sobre a reunião Lula e Trump estão em andamento. Apesar de Trump ainda não ter confirmado oficialmente sua presença na ASEAN, espera-se que ele visite a Malásia como parte de uma turnê diplomática pela Ásia, com paradas programadas no Japão e na Coreia do Sul.

Agenda diplomática de Lula na região

Por sua vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguirá para Kuala Lumpur logo após uma visita de Estado à Indonésia. Essa agenda demonstra o interesse do Brasil em fortalecer laços comerciais e políticos com o Sudeste Asiático, região de crescente importância econômica global.

Na segunda-feira (29), o vice-presidente Geraldo Alckmin declarou que ainda não há definições sobre a data exata da reunião, tampouco sobre o formato. Contudo, o otimismo em torno do encontro cresce. Além disso, a expectativa é de que a reunião Lula e Trump aborde temas centrais como as tarifas impostas pelos EUA, o julgamento de Jair Bolsonaro, e a retomada de parcerias estratégicas entre os dois países.



Trump revela “química excelente” com Lula na ONU

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, no dia 23, o presidente dos Estados Unidos surpreendeu ao revelar a possibilidade de um encontro com Lula. Segundo Trump, a reunião Lula e Trump aconteceria na semana seguinte, após um breve encontro de “39 segundos” entre os dois líderes.

Trump destacou a química entre eles, afirmando: “Ele gosta de mim, eu gosto dele. Eu só faço negócio com quem eu gosto.” Essa declaração, por sua vez, contrastou com a crescente tensão diplomática entre os países, agravada pelas tarifas de 50% impostas pelos EUA em julho, justificadas como resposta ao que Trump chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

Apesar de críticas ao Judiciário brasileiro, Trump também elogiou o presidente brasileiro. Dessa forma, a reunião Lula e Trump deve ser vista como uma oportunidade de desarmar o atrito bilateral e redefinir os termos da relação entre Brasil e Estados Unidos.

Contexto da crise comercial

Em agosto, a Casa Branca implementou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, embora tenha isentado quase 700 itens estratégicos, como suco de laranja, combustíveis, aeronaves civis, veículos, metais e madeiras. A medida teve impacto imediato nas exportações, mas não interrompeu completamente a relação comercial entre os países.

Desde então, o governo brasileiro, por meio de Lula, tem buscado canais diplomáticos para reabrir o diálogo. Assim, a reunião Lula e Trump na Malásia surge como uma oportunidade-chave para destravar negociações, reforçar a parceria bilateral e transmitir estabilidade aos mercados internacionais.

Em conclusão, a reunião Lula e Trump na cúpula da ASEAN, ainda em negociação, representa um momento crucial para a política externa do Brasil. Portanto, a atenção internacional estará voltada para a Malásia, onde poderão ser redefinidos os rumos da relação entre dois dos maiores países das Américas.