Doutrina Monroe: Maduro denuncia intervenção dos EUA no Caribe e reforça soberania latino-americana

Nicolás Maduro critica a Doutrina Monroe e as ações dos EUA no Caribe, defendendo a soberania latino-americana. Saiba mais sobre o contexto da carta enviada à cúpula de Santa Marta.

Doutrina Monroe na atualidade: Maduro critica EUA e defende unidade latino-americana

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, destacou nesta semana durante uma carta enviada à cúpula de Santa Marta uma nova crítica à Doutrina Monroe, acusando os Estados Unidos de promoverem intervenções ilegais na região caribenha e latino-americana. O texto, enviado como resposta à reunião de chefes de Estado, reforça o compromisso com a soberania nacional e a resistência a pressões externas.

A resposta de Maduro à Doutrina Monroe

Além de condenar as operações militares e diplomáticas dos EUA, Maduro resgatou o conceito histórico da Doutrina Monroe, criado em 1823 para limitar influências europeias na América. No entanto, hoje, segundo o líder venezuelano, a doutrina é utilizada como justificativa para ações unilaterais de Washington. Ele argumentou que a interpretação atual da doutrina ignora princípios de não-interferência estabelecidos pela ONU e pela própria Organização dos Estados Americanos (OEA).



No documento, Maduro listou três principais críticas à postura dos EUA:

  • Intervenções militares sob o pretexto de combater o narcotráfico;
  • Sanções econômicas que afetam mercados regionais;
  • Pressões políticas para mudanças de governo sem consenso multilateral.

Contexto geopolítico e respostas regionais

No entanto, a carta também buscou unificar a América Latina sob um discurso anti-hegemonia. Maduro citou aliados como Cuba, Nicarágua e Bolívia, afirmando que esses países resistem às políticas de Washington. Além disso, o presidente venezuelano ressaltou o papel da ALBA-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América) como ferramenta de defesa soberana.

Em resposta, críticos da carta destacam que a referência à Doutrina Monroe pode ser uma tentativa de consolidação ideológica dentro do bloco esquerda. No entanto, Maduro defendeu que a retomada do conceito histórico é necessária para evitar que a região seja novamente reduzida a um “aposentado da política internacional”.



Desafios futuros para a Doutrina Monroe

Portanto, a carta de Maduro já provocou reações diplomáticas. Países como Brasil e México se posicionaram cautelosamente, evitando repúdios diretos ao governo norte-americano, mas reafirmando o compromisso com soluções pacíficas. Em contrapartida, setores radicais da esquerda latino-americana aplaudiram a postura como um marco para a resistência regional.

Em conclusão, o debate sobre a Doutrina Monroe ganha nova força diante das tensões entre EUA e governos críticos em Caribe e América do Sul. Analistas internacionais apontam que a reinterpretação venezuelana pode influenciar futuras políticas de alianças na região, especialmente se outros países adotarem uma linha similar.