A Queda do ‘Elon Musk Brasileiro’ e os Novos Rumos da Lecar
No cenário dinâmico da indústria automobilística, a história da Lecar, startup liderada por Flávio Figueiredo Assis, autoproclamado como o Elon Musk brasileiro, ilustra os desafios de startups com ambições ousadas. Após promessas grandiosas e um fiasco no Salão do Automóvel de SP 2025, a empresa agora busca readaptar seu discurso e estratégias para reconquistar a confiança do mercado.
Da Promessa ao Fiasco: O Momento Crítico
Flávio Assis, fundador da Lecar, admitiu publicamente que a startup precisa revolucionar sua comunicação com o público. “Somos uma startup com um projeto industrial ousado, mas que está começando. Precisamos ser mais cautelosos com prazos e expectativas”, declarou em entrevista à colunista Paula Gama, do Uol. A mudança de tom ocorreu após o prejuízo criado pela participação inadequada no evento automotivo, onde um veículo construído com partes de isopor gerou risos e críticas.
No entanto, a decisão de priorizar transparência sobre promessas arriscadas não foi bem recebida por todos. Críticos questionam se a estratégia agora mais conservadora ainda será capaz de sustentar expectativas altas. No entanto, o executivo defende que a nova abordagem visa evitar novos equívocos e construir uma base sólida para crescimento real.
Novos Planos: Fábrica e Parcerias Estratégicas
Além disso, a Lecar anunciou mudanças nos cronogramas de produção. A construção da fábrica em Sooretama, no Espírito Santo, só começará em janeiro de 2026. Com isso, os primeiros modelos, como o SUV Coupé 459, a picape Campo e o SUV Lecar Tático, só estarão disponíveis em 2027. Essa realocação de prazos reflete uma tentativa de alinhar as expectativas com a realidade produtiva.
Paralelamente, Flávio Assis revelou plano inédito: buscar parceria com uma marca chinesa ainda ausente no Brasil para importar veículos enquanto a produção local não começa. Essa estratégia visa explorar a capacidade instalada existente no país, em vez de reinventar processos do zero.
Reconstrução da Confiança
Para além das mudanças operacionais, a Lecar também encerrou temporariamente o sistema de pré-vendas no site oficial, reconhecendo que isso gerou desconfiança. “Nas vendas iniciais, poucas foram as reservas, mas essas serão honradas”, assegurou o fundador. Esse gesto busca mitigar impactos na relação com clientes potenciais.
Em conclusão, a trajetória da Lecar serve como um caso de estudo sobre como startups tecnológicas podem navegar entre ambição e realismo. Adaptar-se às pressões do mercado e ajustar estratégias são passos cruciais para sobrevivência e crescimento duradouro.
