Rússia Inicia Produção em Massa de Mísseis Hipersônicos com Capacidade Nuclear

Rússia Inicia Produção em Massa de Mísseis Hipersônicos com Capacidade Nuclear

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na sexta-feira (1º) que a Rússia iniciou a produção em massa dos mísseis hipersônicos Oreshnik. Esta nova etapa de produção ocorre enquanto o país reforça sua posição estratégica na região.

Implantação no Bielorusso

Após reunião com o presidente bielorusso, Alexander Lukashenko, Putin afirmou que os sistemas dos mísseis balísticos de alcance intermediário serão instalados nos territórios do país vizinho. O trabalho preparatório, segundo o líder russo, está em andamento e deve ser concluído até o final deste ano.

Putin reiterou seu compromisso com a introdução operacional destes sistemas de armamento no Bielorusso, afirmando que a primeira leva dos mísseis já foi produzida e incorporada ao Exército russo.

Espetáculo da Força

Esta não é a primeira vez que Putin promete a produção destes mísseis. Desde fevereiro de 2023, o chefe de Estado russo havia indicado claramente sua intenção de colocar em serviço esses sistemas de armamento. A primeira utilização operacional ocorreu em novembro de 2024, contra uma fábrica em Dnipro, Ucrânia.

O governo russo enfatiza a superioridade tecnológica destes sistemas, especialmente sua capacidade de voar a dez vezes a velocidade do som. A versatilidade operacional é um dos principais argumentos apresentados, incluindo a possibilidade de emprego de ogivas nucleares.

Alerta ao Ocidente

Na ocasião do anúncio da produção em massa, Putin não reservou declarações sobre o potencial de uso destes mísseis. Contudo, há um histórico de ameaças diretas ao bloco ocidental, especialmente após incidentes militares na região.

Os mísseis Oreshnik têm alcance que pode atingir praticamente toda a Europa continental, conforme declarado pelo chefe das forças de mísseis russas. Esta capacidade operacional representa um significativo reforço na posição militar russa na região.

Parceria com Belarus

A parceria estratégica entre Moscou e o governo de Lukashenko assume novas dimensões com a implantação destes sistemas. O acordo de segurança assinado entre os dois países em 2024 prevê a utilização conjunta de efetivos nucleares russos no território bielorusso.

A relação de dependência entre ambos os regimes é evidente. O Bielorusso recebe subsídios e apoio político do Kremlin, enquanto a Rússia utiliza o território bielorusso para a movimentação de tropas e armamentos nucleares táticos desde 2022.

Doutrina Nuclear Revisada

A doutrina nuclear revisada de Putin amplia os cenários de uso de armas nucleares russas. De acordo com o documento, Moscou reservou-se a responder a qualquer uso de armas de destruição em massa por seus adversários ou aliados com operação nuclear.

Assim, a introdução dos mísseis Oreshnik no Bielorusso representa mais uma etapa na escalada militar na região. A capacidade nuclear russa, com base agora no território bielorusso, amplia significativamente a gama de possíveis respostas a qualquer ação considerada ameaçadora por Moscou.

  • Capacidade de alcance: Os mísseis Oreshnik podem percorrer entre 500 e 5,5 mil quilômetros, abrangendo praticamente toda a Europa.
  • Velocidade: Capazes de voar dez vezes mais rápido que o som, tornando-os difíceis de interceptar por sistemas de defesa existentes.
  • Armas nucleares: Possuem capacidade de carga nuclear, conforme enfatizado pelo governo russo.

O tratado que permitiu o desenvolvimento e uso de mísseis de alcance intermediário entre Rússia e EUA foi abandonado em 2019. Esta situação atual representa uma grave desescalada potencial na tensão nuclear na Europa, com implicações regionais e globais significativas.

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