Inclusão da Ucrânia na Cúpula: Europa e Ucrânia Se Alinham contra Exclusão
Neste domingo (10), líderes europeus intensificaram a pressão para garantir a inclusão da Ucrânia nas conversas programadas entre Washington e Moscou. A cúpula prevista para ocorrer na sexta-feira (15) em Anchorage, no Alasca, é parte das tentativas do presidente americano Donald Trump de buscar uma solução para o conflito que começou em fevereiro de 2022 com a invasão russa da Ucrânia.
Posição Europeia Clara
Mais do que isso, os líderes da União Europeia deixaram claro que qualquer acordo de paz para o conflito deve envolver Kiev. No sábado (9), eles afirmaram que “o caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia”. Esta postura foi reforçada por uma declaração assinada por principais chefes de estado europeus, incluindo Emmanuel Macron, Giorgia Meloni, Friedrich Merz, Donald Tusk, Keir Starmer e Ursula von der Leyen.
A inclusão da Ucrânia na cúpula não é apenas uma posição política, mas uma exigência estratégica para garantir a segurança europeia e a aplicação do direito internacional. “Qualquer acordo entre os Estados Unidos e a Rússia deve incluir a Ucrânia e a UE, pois se trata da segurança da Ucrânia e da Europa”, destacou a primeira-ministra estoniana, Kaja Kallas.
Reação à Possível Exclusão
A possibilidade de a cúpula ser realizada sem a participação ucraniana alimenta o temor de que os europeus e ucranianos temem um acordo prejudicial a Kiev. A inclusão da Ucrânia é vista como essencial para evitar que as negociações resultem em concessões territoriais que não satisfaçam os ucranianos.
“Quaisquer decisões contra nós, quaisquer decisões sem a Ucrânia também são decisões contra a paz”, reforçou o presidente Volodimir Zelensky em suas redes sociais. A visão europeia é que a paz só será alcançada com uma abordagem que combine diplomacia ativa, apoio direto à Ucrânia e a uma postura firme contra a Rússia.
As Condições para a Paz
Após três anos de conflito, as posições de Kiev e Moscou permanecem profundamente divergentes. A Rússia insiste na devolução de quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson) e da Crimeia, além da retirada das tropas ucranianas do Oriente Europeu e do fim do fornecimento de armas do Ocidente.
No entanto, essas condições são inaceitáveis para a Ucrânia, que responde que a única condição prévia é a retirada imediata das forças russas do seu território. Para os europeus, a simples inclusão da Ucrânia nas negociações representa um princípio fundamental que deve orientar toda a abordagem diplomática.
Uma Cúpula com Implicações Decisivas
O encontro entre Trump e Putin será a primeira reunião entre presidentes americanos e russos desde junho de 2021. Embora a cúpula prometa um novo capítulo na diplomacia, a êxito dependerá, em grande medida, da postura assumida em relação ao papel da Ucrânia na mesa de negociações. Os europeus estão prontos para apoiar diplomaticamente os esforços americanos, mas com a condição de que a inclusão da Ucrânia seja respeitada.
O futuro da Ucrânia e da Europa depende dos resultados que emergirem destas conversas. A postura europeia enfatiza que a paz construída sem a participação de todos os lados não terá legitimidade nem durabilidade. A inclusão da Ucrânia na cúpula Trump-Putin não é apenas uma questão de princípio, mas uma necessidade prática para qualquer solução de longo prazo.