Acordo Comercial UE-Mercosul: Reivindicações dos Agricultores Europeus

Veja como o Acordo Comercial UE-Mercosul está gerando protestos entre agricultores europeus. Entenda os motivos e impactos do acordo.

Acrimoniosos Protestos Contra o Acordo Comercial UE-Mercosul

Milhares de agricultores europeus se mobilizaram em Bruxelas nesta quinta-feira (18/12) para protestar contra o acordo comercial UE-Mercosul, criticando as potenciais consequências ambientais e econômicas do pacto. O movimento, marcado por tratores bloqueando vias principais, evidencia a crescente insatisfação do setor primário com a política comercial da União Europeia.

Motivos Centrais dos Protestos

Os manifestantes destacaram três principais preocupações: desmatamento associado à expansão da agricultura no Mercosul, concorrência desleal e riscos à segurança alimentar. Segundo dados da Comissão Europeia, o acordo pode aumentar as importações de soja e carne bovina em até 30%, impactando negativamente a produção local.



Além disso, especialistas alertam que a redução de tarifas para produtos agrícolas do Mercosul poderia prejudicar pequenos produtores europeus, que enfrentam altos custos de produção e regulamentações rígidas. A falta de compromissos claros sobre práticas sustentáveis no acordo foi outro ponto de tensão.

Posição da UE e Respostas Institucionais

A Comissão Europeia defende que o acordo comercial UE-Mercosul promoverá crescimento econômico e redução de tarifas, beneficiando ambos os blocos. No entanto, agricultores contestam que o documento prioriza interesses corporativos em detrimento de políticas ambientais e sociais.

No entanto, representantes da UE garantiram que negociarão ajustes no texto final, incluindo metas concretas para combater o desmatamento e proteger certificações de produção sustentável. A pressão pública, no entanto, aumenta a expectativa por compromissos mais assertivos.



Impactos Regionais e Futuro do Acordo

O acordo comercial UE-Mercosul representa mais de 60 bilhões de euros em comércio anual, mas sua implementação depende de ratificação por Parlamento Europeu e governos membros. Análises indicam que países como França e Portugal podem enfrentar maior pressão competitiva em setores como a vinicultura e a pecuária.

Em conclusão, a impasse entre setores produtivos e poderes políticos reflete um desafio global: equilibrar liberalização comercial com transições ecológicas. A sociedade civil exige transparência e mecanismos de fiscalização robustos para evitar retrocessos ambientais.