Na quinta-feira (25), a equatoriana Mónica Moreta Galarza e sua família compareceram a uma audiência de rotina para seu pedido de asilo no 26 Federal Plaza, em Manhattan, Nova York. No entanto, a tranquilidade do momento se transformou em um pesadelo quando um agente de imigração agrediu Mónica e separou a família de forma violenta.
Violência de agente de imigração em plena audiência de asilo
Após uma audiência judicial em que a data da próxima sessão foi marcada para maio de 2026, Mónica, seu marido Rubén Abelardo Ortiz López e seus dois filhos, de 10 e 12 anos, foram abordados por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês). Os agentes tentaram separar a família, resultando em prisão e agressão física. Mónica, a mãe, foi brutalmente atacada, sendo jogada no chão diante de jornalistas, fotógrafos e outras testemunhas.
“Um deles me atacou de forma tão agressiva que fiquei apavorada. Ele acabou me jogando no chão”, relatou Mónica. O agente de imigração em questão, que não teve sua identidade divulgada, foi afastado de suas funções, segundo informou o Departamento de Segurança Nacional (DHS).
Reações e investigações após o incidente
Após a divulgação dos vídeos nas redes sociais, a agência de imigração emitiu um comunicado condenando a ação. “A conduta do agente neste vídeo é inaceitável e não está à altura dos homens e mulheres do ICE”, declarou Tricia McLaughlin, secretária adjunta de Assuntos Públicos do DHS.
Além disso, autoridades como o congressista Dan Goldman, o prefeito de Nova York Eric Adams, e o candidato Zohan Mamdani, condenaram publicamente a violência do agente de imigração. Goldman, em especial, destacou a necessidade de uma investigação criminal e criticou a impunidade de atos como esse. “A cidade fica menos segura quando os imigrantes têm medo de usar os serviços básicos de assistência e de comparecer às audiências nos tribunais”, disse Adams.
Advogada de imigração e representante da família, Lina Stillman, também se manifestou: “Incidentes como esse não podem acontecer. Qualquer pessoa que se comporte na rua como aquele agente será presa, então não há razão para que ele não seja tratado dessa forma”.
Contexto de políticas de imigração rígidas
Esse caso se insere no contexto das políticas de imigração de reforço adotadas pelo governo de Donald Trump, que autorizam agentes de imigração a entrar em tribunais federais e deter imigrantes, mesmo durante audiências de asilo. Segundo o ICE, Rubén Ortiz López havia ingressado ilegalmente no país e era procurado por um crime de agressão.
No entanto, a defesa da família sustenta que a ação foi desproporcional, agravada pela exposição de crianças e pela brutalidade física. “Eles nunca se importam com nada”, declarou Mónica, emocionada, após o ocorrido. Ainda de acordo com ela, acabou sendo hospitalizada por ter batido a cabeça ao ser jogada no chão.
Este episódio levanta sérias questões sobre a atuação de agentes de imigração e a necessidade de maior fiscalização e transparência por parte de órgãos de controle. Afinal, a violência de autoridade não pode ser tolerada, especialmente quando envolve famílias em busca de proteção legal.
Conclusão
Os fatos relatados por Mónica Galarza são um alerta sobre os riscos de abuso de poder por parte de agentes de imigração e evidenciam a urgência de políticas de imigração mais humanas e justas. Em um país que se diz terra de oportunidades, a dignidade de todos deve ser respeitada, especialmente de quem busca refúgio e segurança.