Por Que Putin Questiona a Legitimidade de Zelensky?
Em um contexto de guerra prolongada, o presidente russo Vladimir Putin declara abertamente que o governo ucraniano liderado por Volodymyr Zelensky é ilegítimo, baseando-se no adiamento das eleições presidenciais na Ucrânia. Para Putin, a suspensão das eleições — justificada pelo governo de Kiev como necessária devido ao conflito armado — invalida a autoridade de Zelensky como líder legítimo. Essa afirmação reflete uma estratégia diplomática mais ampla, visando descredibilizar o opositor político.
O Contexto Histórico das Eleições Adiadas
As eleições ucranianas, previstas para ocorrer em 2023, foram postergadas indefinidamente após a invasão russa em 2022. Zelensky argumenta que o país não pode garantir segurança para eleitores e candidatos durante um conflito bélico. No entanto, Putin interpreta esse adiamento como uma violação do princípio democrático. Além disso, a Rússia utiliza essa questão para justificar sua narrativa de que a Ucrânia está sob ocupação, reforçando a legitimidade de regimes administrados por Moscou em territórios ocupados.
Respostas Internacionais e Consequências
No entanto, a ONU e a maioria dos países ocidentais reconhecem Zelensky como líder legítimo, mesmo com as eleições adiadas. Muitos analistas destacam que precedentes históricos — como governos em situação de emergência — não invalidam a autoridade de líderes eleitos. Portanto, a tentativa de Putin de desacreditar Zelensky pode não ter o impacto esperado, mas intensifica a polarização na esfera global.
Implicações para o Plano de Paz
Putin vincula diretamente a discussão sobre a ilegítimo de Zelensky a negociações de paz. Segundo a Rússia, qualquer acordo só pode ser válido com um governo reconhecido globalmente. Em conclusão, essa postura dificulta avanços em diálogos, pois Kiev e seus aliados rejeitam a condição imposta por Moscou. A questão reflete não apenas uma disputa política, mas também um embate sobre o conceito de legitimidade em contextos de guerra.
