O movimento Antifa tem gerado intensa polêmica nos Estados Unidos, especialmente após o presidente Donald Trump anunciar sua intenção de classificá-lo como uma organização terrorista. Essa decisão, anunciada em meio ao aumento da polarização política no país, coloca em foco um movimento descentralizado que atua globalmente contra o fascismo e a extrema-direita.
O que é o movimento Antifa?
O termo Antifa deriva de “antifascista” e remonta à década de 1930, quando grupos surgiram na Alemanha para resistir ao avanço do nazismo. Atualmente, o movimento opera de forma autônoma em diversos países, com o objetivo central de combater ideologias autoritárias, como o fascismo, o racismo, o sexismo e o homofobismo.
Além disso, o Antifa frequentemente incorpora críticas ao sistema capitalista e defende causas progressistas, como justiça social e ambientalismo. Os grupos Antifa não possuem filiação partidária nem liderança central, o que os caracteriza como uma rede informal de coletivos autônomos.
Estrutura e métodos de ação
Os integrantes do Antifa utilizam diversas formas de atuação, incluindo:
- Protestos pacíficos e manifestações;
- Exposição pública de figuras ligadas a movimentos de ódio;
- Boicotes a eventos de extrema-direita;
- Confrontos diretos com grupos considerados hostis.
Portanto, alguns coletivos antifascistas rejeitam a mediação estatal ou policial, considerando essas instituições como parte da “violência institucional”. Essa postura, por sua vez, alimenta críticas de setores conservadores e governos.
Antifa nos Estados Unidos e no Brasil
Nos EUA, o movimento ganhou destaque após os protestos de 2020 contra a morte de George Floyd. Na época, o então presidente Trump já havia cogitado classificar o Antifa como organização terrorista, mas encontrou resistência de especialistas e organizações de direitos humanos que duvidavam da legalidade da medida.
No Brasil, manifestações antifascistas ocorrem desde os anos 1930, como resistência ao Integralismo. Nos anos 1980 e 1990, o movimento foi revitalizado por coletivos punks e esteve presente em protestos importantes, como os de 2013 e manifestações contra governos tidos como autoritários.
Por que Trump quer classificar o Antifa como terrorista?
A decisão de Trump está diretamente ligada ao contexto político polarizado dos EUA. O anúncio foi feito após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, em setembro de 2025. O presidente responsabilizou a esquerda radical pela onda de violência política no país e prometeu investigar os financiadores do movimento Antifa.
Em uma publicação nas redes sociais, Trump chamou o Antifa de “desastre da esquerda radical” e “doente e perigoso”. Além disso, afirmou que tomaria medidas legais rigorosas contra qualquer apoio financeiro ao grupo.
Repercussão e desafios legais
Apesar da retórica agressiva, especialistas afirmam que a classificação legal do Antifa como organização terrorista enfrenta barreiras jurídicas significativas. Afinal, o movimento não possui uma estrutura formal ou centralizada, o que dificulta enquadrá-lo sob os critérios tradicionais de grupos terroristas.
Em conclusão, o movimento Antifa permanece como um símbolo controverso da luta contra o autoritarismo. Seja elogiado ou criticado, ele continua a mobilizar adeptos e gerar debates intensos sobre os limites da resistência política em democracias modernas.
