Assembleia Geral da ONU: Entenda sua importância e os principais debates da 80ª edição

Entenda o que é a Assembleia Geral da ONU, sua importância para o cenário internacional e os principais temas da 80ª edição em 2025.

A Assembleia Geral da ONU é o principal órgão deliberativo das Nações Unidas, onde todos os 193 Estados-membros se reúnem anualmente para discutir temas globais de interesse comum. Embora suas resoluções não sejam vinculativas, o evento é fundamental para o diálogo diplomático internacional.

O que é a Assembleia Geral da ONU?

A Assembleia Geral da ONU reúne representantes de todos os países membros em sessões anuais que ocorrem na sede da ONU em Nova York. Diferentemente de outros órgãos como o Conselho de Segurança, cada Estado tem igual representação, com direito a um voto por resolução.



Quem preside a Assembleia Geral?

Todo ano, um novo presidente é eleito dentre os cinco grupos regionais da ONU. Em 2025, a presidência foi assumida por Annalena Baerbock, ex-ministra do Exterior da Alemanha. Sua função é conduzir os debates, moderar as falas e garantir o andamento ordenado dos trabalhos.

Quando e onde acontece a Assembleia Geral da ONU?

A 80ª edição da Assembleia Geral da ONU teve início em 9 de setembro de 2025, com a participação de delegações de todos os países membros. O Debate Geral, momento mais importante, ocorre entre os dias 23 e 29 de setembro, com discursos de chefes de Estado e de governo.

Quais são os temas discutidos?

  • Questões políticas, como conflitos internacionais;
  • Temas ambientais, incluindo ações climáticas e a COP30;
  • Desenvolvimento econômico e social, com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS);
  • Direitos humanos e governança internacional;
  • Inteligência artificial e novos desafios tecnológicos.

As tensões geopolíticas dominam a pauta

Em 2025, a Assembleia Geral da ONU ocorre em meio a um cenário global conturbado. Conflitos como a guerra na Ucrânia e a ofensiva de Israel em Gaza estão entre os principais temas debatidos. Além disso, o aumento do protecionismo, liderado pelos Estados Unidos, influencia diretamente o tom das discussões.



Outro destaque negativo foi o veto dos EUA à entrada de representantes da Autoridade Palestina, o que gerou protestos de diversos países, incluindo o Brasil. O governo brasileiro também critica as sanções unilaterais impostas por Washington.

Brasil abre o Debate Geral com discurso político

Tradicionalmente, o Brasil abre os discursos do Debate Geral da Assembleia Geral da ONU, mantendo um costume diplomático desde 1947. Em 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia os pronunciamentos com um discurso que deve abordar soberania, multilateralismo e críticas às políticas externas dos EUA sob o governo Donald Trump.

Além disso, Lula participará de cúpulas sobre os territórios palestinos e preparatórios para a COP30, que ocorrerá em Belém (PA).

As resoluções da Assembleia Geral são vinculativas?

Não. As deliberações da Assembleia Geral da ONU têm caráter recomendativo. Isso significa que os países podem apoiar as resoluções mas não são obrigados a implementá-las. Um exemplo é a recente resolução sobre a criação de um Estado Palestino, amplamente aprovada, mas que ainda não se concretizou.

Então, qual é a importância real da Assembleia?

Apesar da natureza não vinculativa, a Assembleia Geral da ONU serve como plataforma para:

  • Posicionamentos oficiais dos países;
  • Criação de pressão pública sobre governos;
  • Preparação para acordos juridicamente vinculativos;
  • Definição de normas e padrões globais.

Segundo a professora de Relações Internacionais Diana Panke, “as resoluções estabelecem padrões pelos quais o público pode responsabilizar os Estados, mesmo sem força legal imediata”.

Conclusão

A Assembleia Geral da ONU continua sendo um espaço essencial para o diálogo multilateral, mesmo diante de críticas e limitações. Em meio a conflitos, disputas comerciais e mudanças no equilíbrio de poder global, o evento permite que todos os países — grandes ou pequenos — tenham voz. Embora suas decisões não sejam obrigatórias, elas moldam o debate internacional e abrem caminho para soluções cooperativas em um mundo cada vez mais polarizado.