Assembleia Geral da ONU 2025: temas globais, discursos e tensões internacionais

A Assembleia Geral da ONU 2025 aborda temas como guerra na Ucrânia, Gaza e reconhecimento do Estado Palestino. Saiba mais sobre os discursos e tensões internacionais.

A Assembleia Geral da ONU está de volta em sua 80ª edição, reunindo líderes mundiais em Nova York para discutir temas cruciais para a paz, o desenvolvimento e os direitos humanos. Com o tema “Melhores juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”, a reunião de 2025 promete debates acalorados sobre conflitos globais, incluindo a guerra na Ucrânia, a crise em Gaza e o reconhecimento do Estado da Palestina.

Como funciona a Assembleia Geral da ONU?

Realizada anualmente na sede da ONU em Nova York, a Assembleia Geral da ONU reúne representantes dos 193 Estados-membros, além de Estados observadores e entidades internacionais. O evento principal é o Debate Geral, em que cada país faz um discurso sobre assuntos de interesse global. Apesar do nome, não ocorre um debate direto entre os países, mas sim apresentações individuais.



Ordem dos discursos

É tradição que o Brasil seja o primeiro a discursar, prática estabelecida desde os primeiros anos da ONU. Os Estados Unidos, como país anfitrião, falam em seguida. A ordem posterior segue critérios hierárquicos e de chegada, com chefes de Estado falando antes de ministros ou representantes de menor nível.

Duração dos discursos

Os líderes são convidados a respeitar um tempo máximo de 15 minutos. No entanto, a história registra discursos mais longos, como os de Fidel Castro, que falou por cerca de quatro horas e meia em 1960, e Muammar Gaddafi, com mais de uma hora e meia em 2009.

Principais temas da Assembleia Geral da ONU 2025

Este ano, diversos assuntos críticos estarão em pauta, refletindo o cenário geopolítico turbulento do planeta:



  • Reconhecimento do Estado Palestino
  • Cessar-fogo em Gaza
  • Fim da guerra na Ucrânia
  • Tensões entre EUA e Venezuela

O papel do Brasil

O presidente Lula abrirá os trabalhos e utilizará seu discurso para defender a soberania nacional, a democracia e a cooperação internacional. Além disso, ele criticará a guerra tarifária imposta pelo governo Trump e reforçará a importância da preservação ambiental e da transição energética. O Brasil, como anfitrião da COP30, buscará apoio financeiro para a proteção da Amazônia.

Conflito Israel-Palestina

O reconhecimento do Estado Palestino por países como Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal aumenta a pressão sobre a comunidade internacional. Enquanto isso, a guerra entre Israel e Hamas completa dois anos, com milhões de palestinos em situação humanitária crítica. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, participará por videoconferência, após os EUA negarem visto para sua entrada no país.

Guerra na Ucrânia

O presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, tentará reforçar o apoio internacional, enquanto os EUA, sob a liderança de Donald Trump, buscam mediar uma solução. A Rússia, por sua vez, será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. A reunião do Conselho de Segurança da ONU promete anunciar novas sanções ou medidas diplomáticas para pressionar Vladimir Putin.

Tensões entre EUA e Venezuela

A presença naval dos EUA no Caribe e ataques recentes a navios venezuelanos agravaram a crise. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, deve discursar com críticas ao imperialismo americano. Maduro acusa os EUA de tentar derrubá-lo e promete defender a soberania de seu país.

O que acontece se um país for criticado?

Críticas são comuns durante os discursos da Assembleia Geral da ONU. Se um país se sentir ofendido, pode solicitar um direito de resposta. O protocolo permite até dois direitos de resposta: o primeiro com até 10 minutos e o segundo com 5 minutos, ambos feitos ao final do dia. Além disso, delegações podem deixar o salão em protesto — prática frequentemente adotada por Israel e Irã.

Portanto, a Assembleia Geral da ONU continua sendo o principal fórum diplomático do mundo, mesmo em um cenário de crescente ceticismo ao multilateralismo. É onde as tensões são expostas, soluções são buscadas e alianças são redefinidas.