Assembleia Geral da ONU 2025: bastidores inusitados, calor, comida escassa e líderes à paisana

A Assembleia Geral da ONU 2025 reuniu líderes mundiais em Nova York, mas bastidores inusitados revelaram calor, comida escassa e presidentes à paisana.

A Assembleia Geral da ONU de 2025, que reuniu líderes mundiais em Nova York, foi marcada por discursos históricos, clima tenso e também por bastidores inusitados. Enquanto o mundo assistia aos pronunciamentos de Donald Trump, Lula e outros líderes, poucos viram o que aconteceu nos bastidores da sede da ONU. A TV Globo, presente no local, registrou cenas de calor extremo, escassez de alimentos, mosquitos, e até presidentes caminhando como cidadãos comuns.

Os jardins da Babilônia: imprensa em peso

A área externa da sede da ONU, em Turtle Bay, tornou-se um verdadeiro centro de operações da imprensa. A cobertura da Assembleia Geral da ONU concentrou mais jornalistas do que diplomatas em vários momentos, com microfones, câmeras, equipes de transmissão e idiomas misturados. Além disso, a ONU montou uma tenda para acomodar até 400 profissionais, equipada com telões e sistemas de tradução simultânea.



Porém, a transmissão não correu sempre como esperado. Durante o longo discurso de Donald Trump, o áudio em português, proveniente de um tradutor de mão, invadiu a transmissão original. Embora tenha causado confusão momentânea, a ONU esclareceu que foi um erro de operação humana. Portanto, a voz de Trump logo voltou a dominar os alto-falantes.

Calor intenso e comida limitada: o drama do centro de imprensa

Apesar da importância do evento, a estrutura de apoio deixou muito a desejar. A tenda da imprensa, apelidada de “sauna”, foi palco de reclamações devido ao calor excessivo. Segundo a equipe da Globo, o problema estava diretamente ligado à crise financeira da ONU. Assim, a organização optou por uma estrutura mais barata, que não suportou a refrigeração necessária. Além disso, o ar-condicionado pouco eficiente agravou a situação.

Para piorar, a escassez de alimentos irritou jornalistas e diplomatas. Nos dias mais movimentados, a comida acabava antes do meio-dia. A alternativa era enfrentar longas filas no refeitório da sede da ONU, ou descer ao subsolo em busca de máquinas de lanche. No entanto, nem mesmo os lanches eram garantidos. Por volta das 16h, a maioria das lanchonetes já estava fechada, mesmo com discursos programados para a noite. Além disso, alguns bebedouros paravam de funcionar no fim da tarde, agravando o desconforto dos presentes.



Presidentes à paisana e outros bastidores curiosos

Além da estrutura precária, a Assembleia Geral da ONU também revelou líderes em situações inusitadas. Emmanuel Macron, presidente da França, chegou a ser “barrado” por um bloqueio de segurança enquanto tentava atravessar a rua na Segunda Avenida. Em um momento de improvisação, o líder francês discou diretamente para Donald Trump, pedindo a liberação da passagem para pedestres. A cena, que poderia ser apenas de ficção, virou realidade.

Em outro episódio, o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, preferiu ir a pé da embaixada até a sede da ONU, sem escolta ou alarde. Do mesmo modo, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, foi flagrado comendo um sanduíche, sozinho, em um banco nos jardins da ONU. O encontro inusitado, relatado pelo correspondente Felippe Coaglio, gerou até uma conversa informal sobre a comunidade portuguesa no Brasil.

Chuva, mosquitos e falta de coleta seletiva

Na quinta-feira, durante o pronunciamento remoto de Mahmoud Abbas, a Autoridade Palestina, a chuva castigou a cobertura da imprensa. Jornalistas da Austrália, por exemplo, buscaram abrigo na tenda da TV Globo. Além da chuva, a presença de mosquitos incomodou os repórteres, que tentavam eliminar os insetos antes de transmissões ao vivo. Sandra Coutinho e Guga Chacra foram flagrados tentando afastar os insetos minutos antes de entrarem no ar.

Outro problema recorrente foi a falta de coleta seletiva no centro de imprensa. Apesar de a ONU defender constantemente práticas sustentáveis, a estrutura de descarte de lixo não refletia esse compromisso. Copos de café e restos de comida deixados por todos os cantos revelavam o descaso com o meio ambiente. A situação foi ainda mais agravada por revistas encharcadas pela chuva e lixo acumulado na área externa da sede da ONU.

Conclusão: um evento de grande importância, mas com falhas estruturais

Portanto, a Assembleia Geral da ONU 2025 mostrou que, por mais que o encontro seja uma das maiores plataformas de diplomacia global, a organização interna enfrenta sérios desafios. Desde o calor insuportável nas tendas da imprensa, até a escassez de alimentação, a falta de estrutura de coleta seletiva e a presença de mosquitos, a edição de 2025 revelou falhas que comprometeram a experiência de jornalistas e diplomatas.

Apesar disso, líderes como Macron e Marcelo Rebelo de Sousa, caminhando como cidadãos comuns, revelam a dimensão humana por trás de tanta pompa. Afinal, a ONU, por mais que represente um ideal global, ainda precisa lidar com a realidade de suas limitações logísticas. No entanto, a Assembleia Geral da ONU continua sendo um evento de extrema importância, não apenas por suas decisões diplomáticas, mas também pelas cenas que escapam aos holofotes.