Assentamentos israelenses: Netanyahu reafirma posição contrária a um Estado palestino

Benjamin Netanyahu reafirma que não haverá um Estado palestino e aprova expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, gerando críticas internacionais.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmou de forma clara e contundente sua posição contrária à criação de um Estado palestino. Em um evento realizado na quinta-feira (11), o líder israelense assinou um acordo que autoriza a expansão significativa dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, próximo a Jerusalém.

Declaração de Netanyahu gera repercussão internacional

Durante o ato em Maale Adumim, um dos maiores assentamentos israelenses na região, Netanyahu declarou: “Cumpriremos a nossa promessa: nunca haverá um Estado palestino; este lugar nos pertence. Nós protegeremos nossa herança, nossa terra e nossa segurança.” A declaração reforça a postura oficial do governo israelense, que tem optado por uma agenda de expansão territorial em vez de negociações para um futuro Estado palestino.



Além disso, o ministro das Finanças de extrema direita, Bezalel Smotrich, acompanhava o primeiro-ministro. Smotrich, que já afirmou que a ideia de um Estado palestino está “sendo apagada da mesa, não com slogans, mas com ações”, reforça a tendência conservadora dentro da coalizão de governo.

Expansão dos assentamentos israelenses e reações internacionais

Em maio deste ano, Israel já havia anunciado a criação de 22 novas colônias na Cisjordânia, a maior expansão desde os Acordos de Oslo. No entanto, a comunidade internacional, incluindo a ONU, condena repetidamente essa prática. Os assentamentos israelenses são considerados ilegais sob a lei internacional, pois ocupam territórios palestinos sob ocupação militar desde 1967.

A ONU afirma que a expansão dos assentamentos israelenses é um dos principais obstáculos para a construção de um Estado palestino viável. A declaração final da Conferência Internacional das Nações Unidas, ocorrida em julho, reafirmou que a solução de dois Estados é o “único caminho” para a paz entre Israel e Palestina. O documento defende a unificação de Gaza e Cisjordânia, incluindo Jerusalём Oriental, sob a soberania da Autoridade Palestina.



Projeto E1 e o futuro da Cisjordânia

No mês passado, o polêmico projeto E1 recebeu a aprovação final de uma comissão do Ministério da Defesa de Israel. O projeto visa construir infraestrutura que isolaria ainda mais a Cisjordânia de Jerusalém Oriental. O investimento estimado é de quase US$ 1 bilhão, destinado à construção de estradas e modernização urbana na região.

  • Mais de meio milhão de judeus vivem em mais de 130 colônias na Cisjordânia;
  • A expansão recente é a maior desde os Acordos de Oslo;
  • A ONU considera os assentamentos ilegais e um obstáculo à paz;
  • Projeto E1 aumenta a fragmentação territorial palestina.

Ordens de evacuação na Cidade de Gaza

Enquanto isso, na Faixa de Gaza, a situação se agrava. Na terça-feira (9), o Exército israelense ordenou a evacuação imediata da maior cidade da região, o que provocou pânico entre os moradores. O porta-voz do Exército, Avichay Adraee, em árabe, declarou: “As forças de defesa estão determinadas a derrotar o Hamas e atuarão na área com maior contundência.”

O ministro da Defesa, Israel Katz, foi ainda mais incisivo: “Gaza será arrasada”, comparando a ofensiva a uma “tempestade de furacão”. Panfletos aéreos foram lançados pedindo que os civis se deslocassem para o sul da Faixa de Gaza, em uma tentativa de minimizar baixas civis.

Em conclusão, a expansão dos assentamentos israelenses e o endurecimento da política de segurança em Gaza reforçam o cenário de instabilidade no Oriente Médio. Enquanto líderes como Netanyahu continuam a negar qualquer possibilidade de um Estado palestino, a pressão internacional cresce para que soluções pacíficas e justas sejam buscadas.