Ataque aéreo israelense destrói prédio em Gaza após nova ordem de evacuação

Ataque aéreo israelense destrói prédio em Gaza após nova ordem de evacuação. Entenda o contexto e os impactos humanitários da operação militar.

O ataque aéreo israelense continua sendo uma das principais estratégias do Exército de Israel na Faixa de Gaza, com a destruição de um arranha-céu residencial na Cidade de Gaza no dia 6 de setembro de 2025. Este foi o segundo grande edifício derrubado em menos de 48 horas e faz parte de uma campanha militar intensificada contra o grupo Hamas.

Situação atual na Cidade de Gaza

Na manhã de sábado (6), o Exército israelense emitiu novas ordens de evacuação direcionadas a palestinos que vivem em áreas do sudoeste da Cidade de Gaza. O porta-voz em língua árabe do Exército, coronel Avichay Adraee, indicou Khan Younis, ao sul da faixa, como uma zona humanitária destinada a abrigar os deslocados. Além disso, o Exército afirmou que a região contaria com infraestrutura essencial, como alimentos, medicamentos e equipamentos médicos.



No entanto, pouco tempo depois, um edifício identificado como Susi foi alvo direto de um ataque aéreo israelense, sendo completamente destruído. A destruição ocorreu em uma área recém-evacuada, reforçando o padrão de ataques a zonas previamente sinalizadas como de risco.

Estratégia militar e justificativas

O Exército israelense afirma que ambos os prédios destruídos — o do dia 5 e o do dia 6 — eram utilizados pelo Hamas para apoiar operações militares. Segundo as autoridades israelenses, o grupo terrorista teria convertido infraestruturas civis em locais de comando e armazenamento, algo que o Hamas nega veementemente.

Israel controla cerca de 75% da Faixa de Gaza, segundo o próprio Exército, e declarou a Cidade de Gaza como o último reduto do Hamas. Além disso, o governo israelense acredita que os reféns restantes estejam escondidos nesta região. O ataque aéreo israelense faz parte de uma operação terrestre mais ampla que visa eliminar o grupo terrorista e resgatar os sequestrados.



Reações e críticas

Palestinos deslocados criticam as chamadas “zonas humanitárias” declaradas por Israel. Muitos relatam que, ao buscar abrigo nessas áreas, são alvo de novos bombardeios. “O Exército mente para as pessoas. Quando buscamos ajuda, abrem fogo“, declarou Abdelnaser Muchtaha, um deslocado de 48 anos.

Basam al Astal, de 52 anos, também instalado em Al Mawasi, disse que a chamada zona segura “não tem água, saneamento básico ou ajuda alimentar“. Portanto, a eficácia dessas áreas como refúgio humanitário é fortemente questionada por organizações internacionais e pela própria população local.

Balanço de mortes

  • Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 64.300 pessoas já morreram desde o início dos ataques israelenses.
  • A Defesa Civil palestina registrou 42 mortos apenas na sexta-feira, metade deles na Cidade de Gaza.
  • Do lado israelense, o ataque de 7 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.219 pessoas, majoritariamente civis, segundo dados oficiais.

Perspectivas políticas

Enquanto os bombardeios continuam, o presidente americano Donald Trump declarou na sexta-feira que os Estados Unidos estão em negociações “muito profundas” com o Hamas. Essa revelação ocorre em meio a um cessar-fogo proposto pelo Egito, Catar e EUA, que o grupo terrorista teria aceitado em agosto.

Apesar disso, o governo israelense liderado por Benjamin Netanyahu exige a libertação imediata de todos os reféns, além da desmilitarização completa da Faixa de Gaza. O ataque aéreo israelense, portanto, deve continuar sendo uma ferramenta central até que essas condições sejam atendidas.