Ataque aéreo russo a Kiev é o maior desde o início da guerra, com mais de 800 drones

O ataque aéreo russo a Kiev foi o maior desde o início da guerra, com mais de 800 drones e dezenas de vítimas. Entenda os impactos e a reação internacional.

O ataque aéreo russo contra a capital ucraniana Kiev, realizado no domingo (7), marcou um novo ponto de intensidade no conflito. Segundo autoridades ucranianas, a Rússia utilizou 805 drones e 13 mísseis em uma ofensiva que resultou em mortes, feridos e destruição em áreas civis.

Primeiro bombardeio a prédio do governo ucraniano

Pela primeira vez desde o início da guerra, um prédio do governo da Ucrânia em Kiev foi atingido. A sede dos gabinetes ministeriais, localizada no histórico distrito de Pechersky, foi alvo do ataque aéreo russo, gerando uma densa coluna de fumaça. Ainda não há consenso sobre se o prédio foi diretamente bombardeado ou atingido por destroços.



O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou o ataque e afirmou que os bombardeios ocorridos em um momento em que a diplomacia deveria já estar em andamento representam um “crime deliberado e prolongamento da guerra”.

Vítimas e danos em áreas residenciais

O ataque aéreo russo deixou ao menos duas vítimas fatais, incluindo um bebê de três meses e sua mãe, segundo informações da Associated Press e AFP. Ambos foram retirados dos escombros de um prédio residencial. Além disso, mais de 20 pessoas ficaram feridas.

Os bombeiros trabalharam incansavelmente para controlar os incêndios em áreas residenciais de Kiev. Alertas aéreos duraram mais de 11 horas, e dezenas de moradores avaliaram os danos ao lado das equipes de emergência.



Drones e mísseis abatidos

As autoridades ucranianas informaram que 747 drones e 4 mísseis foram abatidos ou neutralizados. Mesmo assim, 56 ataques de drones e 9 impactos de mísseis atingiram 37 localidades. Em oito delas, destroços caíram em áreas civis, agravando os danos.

Ofensiva contra infraestrutura estratégica

Além de Kiev, cidades como Zaporizhzhia, Kryvyi Rih, Odesa, Sumy e Chernihiv também registraram danos. A Rússia justificou o ataque aéreo russo como uma ação direcionada a fábricas de armamentos, arsenais, aeródromos e infraestrutura de transporte utilizada pelo Exército ucraniano.

O Ministério da Defesa russo ainda alegou que depósitos de drones, bases de lançamento e estações de radar foram alvos estratégicos da operação.

Perspectivas para o fim do conflito

Apesar dos apelos internacionais, o presidente russo Vladimir Putin mantém uma postura inflexível. Ao contrário do que alguns esperavam, a ofensiva demonstra que Moscou não está disposta a negociar um cessar-fogo imediato. Além disso, o fortalecimento das relações entre Rússia e China tem encorajado o Kremlin a manter sua estratégia agressiva.

Por sua vez, o presidente americano Donald Trump declarou que está trabalhando em garantias de segurança para a Ucrânia, as quais, segundo ele, poderiam encerrar o conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. No entanto, sanções mais severas ainda não foram impostas.

Aliados europeus prometeram apoio, mas ainda não definiram ações concretas, como o envio de tropas. Uma nova reunião com o ministério da Defesa ucraniano está marcada para discutir defesas aéreas e suprimentos para contra-ataques.

Em conclusão, o ataque aéreo russo a Kiev reforça a urgência de uma resposta coordenada da comunidade internacional. A Ucrânia precisa de mais do que apoio verbal; o país exige ações imediatas para deter a escalada da guerra.