Um ataque em Gaza deixou pelo menos 34 pessoas mortas, incluindo mulheres e crianças, na noite de sábado (20), segundo informações do Hospital Al-Shifa, principal centro médico da região. O incidente ocorreu em um quarteirão residencial no sul da Cidade de Gaza, intensificando a crise humanitária e política no Oriente Médio.
Situação crítica antes da reunião da ONU
Israel intensifica sua ofensiva terrestre em Gaza justamente antes da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, onde diversos países devem anunciar o reconhecimento do Estado Palestino. Além disso, a escalada dos ataques demonstra a fragilidade das perspectivas de um cessar-fogo imediato.
Representantes do Hospital Al-Shifa confirmaram que 14 das vítimas fatais foram atingidas diretamente no ataque em Gaza realizado no sábado à noite. Entre os mortos, estava um enfermeiro do hospital, sua esposa e três filhos, o que ilustra o impacto devastador sobre famílias inteiras.
Reações internacionais e pressão pela paz
Portanto, enquanto líderes de nações como Reino Unido, França, Canadá, Austrália e Portugal se preparam para reconhecer oficialmente um Estado Palestino, a situação no terreno se agrava. No domingo (21), mais de 60 organizações judaicas e árabes de paz, reunidas na Coalizão Está na Hora, emitiram um manifesto pedindo o fim da guerra e a libertação dos reféns.
- Fim imediato da ofensiva militar;
- Libertação dos reféns mantidos pelo Hamas;
- Reconhecimento internacional do Estado Palestino;
- Abertura de corredores humanitários.
Justificativa israelense e acusações de civis mortos
O Exército de Israel alega que o ataque em Gaza teve como alvo um atirador do Hamas, identificado como Majed Abu Selmiya. Contudo, até o momento, nenhuma evidência foi apresentada para comprovar a versão militar.
Dr. Mohamed Abu Selmiya, diretor do Hospital Al-Shifa e irmão da suposta vítima, declarou à Associated Press que o irmão sofria de doenças crônicas como hipertensão e diabetes, o que o tornaria incapaz de participar de ações militares. Portanto, ele acusou Israel de tentar mascarar a morte de civis.
Crise humanitária se aprofunda
A crise humanitária em Gaza se intensifica com a continuidade dos bombardeios. Nos últimos 23 meses, mais de 65.000 pessoas morreram, 90% da população foi deslocada e a fome se espalha pela região. Além disso, grupos humanitários alertam que forçar mais deslocamentos só agravará a situação.
Mesmo com a abertura temporária de corredores humanitários, milhares de palestinos caminham exaustos pelas ruas, muitos incapazes de continuar. Na rota costeira de Wadi Gaza, famílias param apenas para descansar e dar água às crianças.
Perspectivas e o papel da comunidade internacional
Em conclusão, o ataque em Gaza ocorrido às vésperas da reunião da ONU revela a urgência de uma intervenção internacional efetiva. Embora o reconhecimento do Estado Palestino por parte de diversos países possa ser um passo simbólico importante, ele precisa ser acompanhado de ações concretas para a construção de uma paz duradoura.
A pressão por um cessar-fogo cresce, tanto por parte da sociedade civil quanto de familiares de reféns mantidos pelo Hamas. Eles acusam o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de colocar interesses políticos à frente da vida dos civis.
