Uma recente auditoria do TCU identificou um prejuízo bilionário causado por falhas no cadastro do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc). Entre 2016 e 2025, o governo transferiu indevidamente cerca de R$ 4 bilhões a beneficiários já falecidos. Portanto, esse descaso com a gestão de dados coloca em xeque a eficiência dos sistemas públicos de controle.
Como a Auditoria do TCU Detectou os Pagamentos Irregulares
A auditoria do TCU cruzou dados do Sirc com registros de óbito, pagamentos de benefícios e bases do Cadastro Único. Além disso, os auditores constataram que sistemas governamentais não atualizavam automaticamente o status de falecimento dos cidadãos. Em decorrência disso, programas como o Bolsa Família, aposentadorias e auxílios continuaram a repassar valores a pessoas já falecidas.
Falhas Estruturais no Sistema de Cadastros Públicos
Apesar dos avanços tecnológicos, o Brasil ainda enfrenta deficiências graves na integração entre bases de dados. No entanto, a auditoria do TCU apontou que essa falta de comunicação entre instituições é um dos principais fatores que permitem fraudes e desperdícios. Por exemplo, cartórios muitas vezes não informam o óbito ao INSS ou ao Ministério da Cidadania com agilidade.
Além disso, a auditoria do TCU recomenda a implementação de uma atualização automática dos cadastros mediante confirmação de falecimento. Em consequência, o governo poderá reduzir significativamente os pagamentos indevidos.
Consequências e Medidas Recomendadas pelo TCU
Os R$ 4 bilhões perdidos representam um rombo sério nos cofres públicos. Por isso, o TCU exige que os órgãos responsáveis adotem medidas corretivas imediatas. Entre as principais recomendações estão:
- Integração em tempo real entre cartórios e sistemas federais;
- Uso de inteligência artificial para detecção de inconsistências;
- Responsabilização de gestores por falhas de atualização de cadastros.
Em conclusão, a auditoria do TCU não apenas expõe falhas estruturais, mas também abre caminho para a modernização da gestão pública. Assim, com políticas mais eficazes, é possível evitar novos prejuízos e garantir que os recursos públicos cheguem a quem realmente precisa.