O bombardeio de Gaza atingiu novos picos de intensidade na madrugada do domingo (31), quando forças israelenses lançaram uma série de ataques aéreos e terrestres em subúrbios da Cidade de Gaza. Segundo autoridades locais, as operações deixaram ao menos 18 pessoas mortas, em uma escalada que prenuncia uma possível ofensiva terrestre de grande escala.
Israel intensifica operações militares em Gaza
Durante a noite de sábado (30), o bombardeio de Gaza foi marcado pela destruição de residências e pela expulsão forçada de milhares de famílias. As forças israelenses, segundo testemunhos colhidos em locais como Sheikh Radwan, utilizaram tanques e aviões de combate para atingir áreas densamente povoadas, agravando ainda mais a crise humanitária no território.
Além disso, as autoridades de saúde palestinas relataram que 13 das vítimas mortais tentavam obter alimentos perto de um ponto de assistência no centro da Faixa de Gaza. Outras duas pessoas morreram dentro de suas casas na própria Cidade de Gaza. O Ministério da Defesa de Israel informou que está analisando os relatos dos incidentes.
População civil em risco
A situação se agrava à medida que Israel restringe ainda mais o acesso humanitário à região. Na sexta-feira, as autoridades israelenses encerraram as pausas temporárias para entrega de ajuda, declarando oficialmente a Cidade de Gaza uma “zona de combate perigosa”.
“Eles estão se arrastando para o coração da cidade, onde centenas de milhares de pessoas estão abrigadas, do leste, do norte e do sul, enquanto bombardeiam essas áreas do ar e do solo para assustar as pessoas e fazê-las sair”, afirmou Rezik Salah, morador de Sheikh Radwan.
Planejamento de Netanyahu para invasão terrestre
Segundo uma autoridade israelense próxima ao governo, o gabinete de segurança liderado por Benjamin Netanyahu se reuniu no domingo para deliberar sobre os próximos passos da operação. O primeiro-ministro considera a Cidade de Gaza o último bastião do Hamas e planeja uma invasão terrestre em larga escala — embora o início da ofensiva ainda não tenha data definida.
Israel afirma que visa minimizar baixas civis ao exigir que a população deixe a área antes do avanço militar. No entanto, a Agência da ONU para Refugiados alerta que nenhuma outra região da Faixa de Gaza tem capacidade para receber um fluxo massivo de deslocados.
- Mais de 2 milhões de palestinos vivem em Gaza;
- Cerca de metade reside na Cidade de Gaza;
- Muitos já se deslocaram para o sul, que está superlotado;
- Falta de alimentos, abrigo e suprimentos médicos;
- Aumento de protestos em Israel por libertação de reféns.
Pressão internacional cresce
No sábado, a diretora da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, advertiu sobre os riscos de uma evacuação forçada em larga escala. “Isso provocará um deslocamento maciço da população que nenhuma outra área da Faixa de Gaza está equipada para absorver”, declarou.
Enquanto isso, no interior de Israel, a pressão popular aumenta. Manifestações em Tel Aviv e protestos de famílias de reféns em frente às casas de ministros mostram o desgaste interno causado pela prolongada campanha militar. Essa ofensiva já resultou em mais de 63 mil mortos, segundo dados das autoridades de saúde palestinas, a maioria civis.
O bombardeio de Gaza não apenas aprofunda a crise humanitária na região, mas também coloca em risco os próprios reféns ainda mantidos em cativeiro pelo Hamas. As forças armadas israelenses reconhecem que a operação militar pode complicar ainda mais a situação dos prisioneiros.
Em conclusão, o cenário em Gaza permanece extremamente volátil. Com a população civil encurralada, os recursos escassos e os bombardeios constantes, o mundo acompanha com preocupação o desenrolar da maior ofensiva já registrada na história recente do conflito israelo-palestino.