O ativista conservador Charlie Kirk marcou presença significativa no cenário político dos Estados Unidos e também deixou sua marca na política brasileira, especialmente em seus vínculos com Jair Bolsonaro. Sua trajetória foi interrompida tragicamente em setembro de 2025, quando foi baleado durante um evento na Universidade Utah Valley, em Orem, Utah.
Quem foi Charlie Kirk?
Charlie Kirk era fundador do grupo Turning Point USA, uma organização estudantil de cunho conservador com forte influência nas universidades americanas. Além disso, mantinha um popular podcast e possuía milhões de seguidores nas redes sociais, onde defendia valores como liberdade individual, direito de posse de armas e oposição ao progressismo.
Além disso, Kirk era um aliado próximo do ex-presidente americano Donald Trump. Portanto, sua morte gerou comoção em círculos conservadores nos EUA e também no Brasil.
O elo entre Charlie Kirk e Jair Bolsonaro
Durante os meses em que Bolsonaro esteve nos Estados Unidos após o fim de seu mandato, em 2023, o ex-presidente brasileiro teve contato direto com Charlie Kirk. Em fevereiro daquele ano, Bolsonaro participou do evento “Power to the People”, promovido pela Turning Point USA.
No evento, Bolsonaro discursou sobre sua trajetória política e defendeu ideais conservadores. Posteriormente, Kirk entrevistou o político brasileiro em seu podcast. Nessa entrevista, ambos abordaram temas como o direito ao porte de armas, o julgamento de Bolsonaro no STF e os protestos de 8 de janeiro em Brasília.
Defesa do porte de armas
Durante a entrevista, Charlie Kirk e Bolsonaro discutiram a importância do direito ao porte de armas como forma de proteção individual e coletiva. Bolsonaro destacou que, durante seu governo, facilitou o acesso a armas de fogo no Brasil, afirmando que “toda ditadura é precedida de uma campanha de desarmamento”.
Kirk concordou com o posicionamento e reforçou que “um povo armado jamais será escravizado”. Além disso, o tema também estava em pauta no evento onde Kirk foi assassinado, quando um debatedor perguntou sobre números de atiradores em massa nos EUA.
Protestos de 8 de janeiro
Outro assunto abordado foi a invasão bolsonarista em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Kirk questionou Bolsonaro sobre sua suposta ligação com os protestos. O ex-presidente negou envolvimento e afirmou que a esquerda tentava culpá-lo para eliminar a oposição no Brasil.
Além disso, ambos fizeram paralelos entre o Judiciário brasileiro e o americano, criticando o que consideravam interferências políticas por parte dos juízes.
Pedido de sanções contra o Brasil
Em março de 2025, Charlie Kirk voltou a mencionar Bolsonaro em seu programa de rádio, desta vez cobrando sanções dos EUA contra o Brasil. Ele considerou o julgamento do ex-presidente brasileiro no STF um caso de “lawfare”, ou seja, uso da justiça como arma política.
Kirk classificou o processo como “chocante e horrível”, afirmando que se o mesmo ocorresse na Rússia, os EUA não hesitariam em aplicar sanções. No entanto, diante do Brasil, os Estados Unidos permaneceram em silêncio, segundo ele. “O presidente Trump deveria impor tarifas e sanções ao Brasil”, declarou.
Em resposta, o governo Trump — ainda no poder na época — anunciou tarifas sobre produtos brasileiros e sanções pessoais contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF.
Repercussão da morte de Charlie Kirk
A morte de Charlie Kirk provocou reações imediatas no Brasil. O deputado federal Eduardo Bolsonaro se manifestou em redes sociais, chamando o ativista de “jovem de bom coração”. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também lamentou o ocorrido, associando o assassinato à “intolerância contra valores como o amor a Deus, à família e à liberdade”.
Conclusão
Charlie Kirk foi uma figura central na mobilização da juventude conservadora nos EUA e teve papel importante na aproximação entre os movimentos de direita nos Estados Unidos e no Brasil. Sua influência política se estendeu por meio de eventos, entrevistas e campanhas como a que defendeu sanções ao Brasil. Sua morte prematura interrompeu uma trajetória em ascensão e levanta questões sobre a segurança de figuras públicas em tempos de crescente polarização política.