Condenação de Bolsonaro: tensões entre Brasil e EUA atingem ponto crítico, diz vice-secretário americano

A condenação de Bolsonaro pelo STF gerou forte reação dos EUA, com críticas ao ministro Alexandre de Moraes e ameaças de sanções. Entenda os impactos.

A condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) provocou reações significativas no cenário internacional, especialmente nos Estados Unidos. O vice-secretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, afirmou que a relação entre Brasil e EUA atingiu o “ponto mais sombrio em dois séculos” após a decisão judicial.

Decisão do STF e suas implicações

O STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por envolvimento em uma trama golpista. A pena imposta ao ex-mandatário foi de 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. Além dele, foram condenados:



  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Além disso, a condenação incluiu acusações de golpe de Estado, organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Reações dos Estados Unidos

Christopher Landau, em pronunciamento nas redes sociais, criticou o uso da lei como “arma política”. Por conseguinte, responsabilizou diretamente o ministro Alexandre de Moraes pela deterioração do Estado de Direito no Brasil.

“Enquanto o Brasil deixar o destino de nosso relacionamento nas mãos do Juiz Moraes, não vejo solução para esta crise”, declarou.



Além disso, o presidente Donald Trump também se manifestou. Ele qualificou a condenação de Bolsonaro como “terrível” e comparou o caso com as investigações pelas quais passou. Trump ainda afirmou que Bolsonaro é “um bom homem”, apesar das circunstâncias legais.

Possíveis sanções e tensões diplomáticas

Os EUA já demonstraram intenções de retaliação. Em julho, Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, justificando com alegações de “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Além disso, a Casa Branca afirmou que estaria disposta a “usar meios militares” para proteger a liberdade de expressão global, em resposta ao julgamento.

O secretário de Estado Marco Rubio também publicou uma declaração contundente, prometendo uma resposta “adequada” por parte dos EUA. O Itamaraty, entretanto, classificou tais manifestações como interferências e reafirmou o compromisso do Brasil com sua democracia.

O que esperar do futuro das relações bilaterais?

Diante dessa escalada de críticas e ameaças, o relacionamento entre Brasil e EUA encontra-se em um momento delicado. A condenação de Bolsonaro não apenas afeta o cenário interno brasileiro, mas também reverbera internacionalmente, especialmente em países com interesses diplomáticos e comerciais com o Brasil.

Portanto, será essencial que o Brasil mantenha transparência e firmeza em suas instituições democráticas, para que possa dialogar com parceiros globais com credibilidade. A forma como o governo brasileiro conduzirá as relações com os EUA, a partir de agora, será decisiva para amenizar ou aprofundar essa crise diplomática.