A condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) gerou repercussão internacional. O ex-presidente brasileiro foi condenado por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, em um julgamento que dividiu opiniões tanto no Brasil quanto no exterior.
Decisão do STF e os crimes apurados
A Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro e outros sete réus por sua participação em uma trama golpista. Além da tentativa de golpe de Estado, os crimes incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Portanto, a pena imposta ao ex-presidente foi de 27 anos e três meses de prisão. Junto com ele, foram condenados:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Os ministros ainda discutirão a dosimetria das penas, ou seja, o tempo exato que cada condenado cumprirá.
Reação de Donald Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a condenação de Bolsonaro como “terrível” e afirmou estar “muito insatisfeito” com a decisão do STF. Em declarações à imprensa, Trump comparou o caso com as perseguições que enfrentou durante sua própria trajetória política.
“Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum”, disse o presidente norte-americano. Além disso, Trump elogiou Bolsonaro como líder e homem, considerando injusta a condenação.
Apesar das críticas, Trump não confirmou a imposição de novas sanções ao Brasil. No entanto, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, foi mais explícito em suas declarações. Em rede social, Rubio prometeu que os Estados Unidos “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”.
Ameaça de sanções e tensão diplomática
A condenação de Bolsonaro já havia gerado tensão entre os dois países anteriormente. Em julho, Trump havia anunciado tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, alegando perseguição política contra o ex-presidente. Além disso, ele ordenou uma investigação comercial contra o Brasil por práticas desleais.
Na terça-feira (9), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reforçou a preocupação dos EUA com a situação. Ela declarou que os Estados Unidos estão dispostos a “usar meios militares” para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo.
Por sua vez, o Itamaraty divulgou uma nota oficial condenando “o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a democracia brasileira”. O Ministério das Relações Exteriores reafirmou o compromisso do Brasil com o Estado Democrático de Direito.
Repercussão internacional
A condenação de Bolsonaro teve grande repercussão na imprensa internacional. Organizações de direitos humanos e especialistas jurídicos acompanharam os desdobramentos com atenção. Enquanto alguns elogiaram a atuação do STF, outros criticaram a polarização política subjacente ao processo.
Em conclusão, o caso expõe a fragilidade do cenário político brasileiro e a complexidade das relações internacionais. A reação de líderes como Trump pode influenciar diretamente o futuro das relações entre Brasil e Estados Unidos.
