Condenação por estupro no futebol: Caso que abala o Peñarol e o esporte uruguaio
O tribunal de Montevidéu condenou nesta semana o atacante do Peñarol, principal clube do Uruguai, a 6 anos e 8 meses de prisão por condenação por estupro cometido em 2021. A sentença, assinada pelo juiz Alejandro Gandolfo, determina que o atleta cumpra regime de prisão domiciliar enquanto recorre da decisão, reacendendo o debate sobre responsabilidade de atletas e proteção às vítimas no esporte.
Detalhes do crime e processo judicial
A denúncia, registrada em agosto de 2021, envolve a alegação de que o jogador, cujo nome não foi divulgado publicamente, cometeu estupro durante uma festa em um condomínio de luxo da capital uruguaia. Segundo documentos judiciais obtidos pelo El País, a vítima relatou ter sido submetida a agressões após recusar-se a manter relações sexuais. Provas técnicas, incluindo mensagens de celular e depoimentos de testemunhas, foram cruciais para a condenação.
Além disso, o juiz destacou a gravidade do caso ao mencionar o histórico de violência contra mulheres no futebol. “Este não é um caso isolado, mas parte de um padrão de impunidade que precisa ser quebrado”, afirmou Gandolfo, reforçando que o regime domiciliar não dilui a responsabilidade criminal.
Resposta da diretoria e impacto no clube
A diretoria do Peñarol emitiu um comunicado conciliatório, afirmando que o caso está sob investigação interna e que o clube seguirá as decisões judiciais. “Estamos comprometidos com a transparência e a proteção de todos os nossos atletas, mas jamais toleraremos ações que violem a lei ou os valores da instituição”, escreveu o presidente do clube.
No entanto, especialistas em gestão esportiva alertam para os riscos de imagem e financeiros. “Clubes devem antecipar medidas preventivas, como auditorias de gênero e parcerias com ONGs voltadas à educação contra a violência”, recomenda a consultora Camila Ribeiro.
Debate nacional sobre estupro no esporte
O caso reacendeu discussões no Uruguai sobre como o sistema judicial e as instituições esportivas lidam com casos de agressão sexual. Organizações feministas, como a Rede de Mulheres contra a Violência, exigem mais transparência e punições exemplares. “A prisão domiciliar não é suficiente para crimes graves como estupro”, disse a advogada Gabriela Almeida, coordenadora da entidade.
Portanto, a pressão por reformas no Código Penal uruguaio aumentou, com propostas para endurecer penas e garantir apoio integral às vítimas. Enquanto isso, o processo de apelação do atleta segue em tramitação, aguardando decisão da Corte de Apelações.
