A corrupção na Argentina volta a dominar os noticiários com a divulgação de novos áudios que envolvem nomes próximos ao presidente Javier Milei. As gravações reforçam denúncias contra a Agência Nacional de Deficiência (ANDIS) e apontam para um esquema de propina na compra de medicamentos, colocando em xeque a irmã do presidente, Karina Milei.
Novos áudios expõem suposta rede de corrupção
Os áudios, atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-diretor da ANDIS, citam nomes como Eduardo “Lule” Menem, subsecretário de Gestão Institucional, e Karina Milei. Segundo Spagnuolo, os pagamentos indevidos chegavam a 8% de cada contrato, o que representaria entre US$ 500 mil e US$ 800 mil por mês. Karina, segundo ele, teria recebido cerca de 3% desse montante.
Além disso, Spagnuolo afirma que o esquema incluía a repartição de contratos com a ajuda de uma distribuidora farmacêutica. “Eles roubaram todo mundo“, declarou o ex-diretor em um dos trechos divulgados pelo jornal Clarín.
Reações do governo e pressão popular
Diante das acusações, o presidente Javier Milei reagiu com firmeza. Em entrevista ao canal argentino C5N, ele classificou as denúncias como “mentirosas” e afirmou: “Tudo o que ele diz é mentira, vamos levá-lo à Justiça e provar que mentiu”.
No entanto, a situação se complica ainda mais com o contexto político. Milei foi atacado com pedras e garrafas durante uma carreata em Lomas de Zamora, precisando ser retirado às pressas do local. O episódio ilustra o crescente desgaste do governo em meio a uma crise de confiança.
Investigação judicial e apreensões
A Justiça argentina intensificou as investigações com uma operação de busca e apreensão no dia 22 de agosto. Durante a ação, foram apreendidos carros, celulares, uma máquina de contagem de dinheiro e US$ 266 mil em espécie. Até o momento, no entanto, nenhuma prisão foi ordenada e as acusações ainda não foram formalizadas.
Apesar disso, a corrupção na Argentina ganha força no debate público, especialmente com o envolvimento de familiares de figuras de destaque. Os áudios também mencionam a vice-presidente Victoria Villarruel, que segundo Spagnuolo, “não rouba” – uma declaração que pode ter implicações políticas diante da rachadura entre os aliados de Milei.
Impacto nas eleições e no futuro político
O escândalo surge em um momento delicado para o governo argentino. Com eleições importantes se aproximando, a corrupção na Argentina pode influenciar diretamente a percepção pública sobre o atual governo. A popularidade de Milei já vinha sendo abalada por medidas controversas, e este novo episódio só aumenta a pressão sobre sua gestão.
Portanto, a situação exige acompanhamento atento, tanto pela imprensa quanto pelos cidadãos. A transparência e a atuação da Justiça serão fundamentais para que a verdade prevaleça.