Os brasileiros que chegam a Paris frequentemente escolhem microapartamentos, chamados de cubículos, para viver na capital francesa.
O fenômeno dos cubículos em Paris
Mais de 95 mil brasileiros residem na cidade, segundo levantamento do Ministério das Relações Exteriores. A maioria busca estudos ou trabalho, mas a crise habitacional dificulta encontrar moradia adequada. Assim, muitos recorrem a cubículos de 9 a 15 m², que permitem pagar aluguel mais baixo.
Um exemplo prático: Rafael Mouzer
Rafael, estudante de engenharia mecânica, ocupa um studio de 9 m² em um prédio de Ranelagh. Ele descreve o espaço como um “calabouço”, mas a vista da Torre Eiffel compensa. No entanto, o local não tem janelas; apenas uma claraboia. Rafael instala cama no mezanino e cozinha na lateral, demonstrando que consegue adaptar o espaço às necessidades básicas.
Desaf riscos
Além disso, os moradores enfrentam golpes na locação, com documentos falsos e preços inflacionados. Camila Santana, advogada da Adil, alerta que a falta de informação aumenta a vulnerabilidade. Por isso, o governo francês estabeleceu normas: studios devem ter no mínimo 9 m² e pé direito de 2,2 m. O Estado pode atuar como fiador, garantindo segurança ao locatário.
Impacto na qualidade de vida
No entanto, a falta de espaço dificulta a convivência familiar. André Oliveira, chef de cozinha, vive em um cubículo de menos de 15 m² com esposa e filha. Ele menciona que a proximidade com o trabalho e a escola compensa o tamanho reduzido, mas planeja mudar quando o orçamento permitir.
Perspectivas de futuro
Portanto, os cubículos representam uma solução temporária e acessível, mas não substituem políticas públicas de habitação. É fundamental que o governo e a comunidade brasileira colaborem para criar alternativas mais dignas e sustentáveis.
Em conclusão, viver em cubículos em Paris pode ser um sacrifício necessário, mas também um passo em direção a objetivos profissionais e educacionais. O desafio continua, exigindo atenção e ação conjunta.