Cúpula da OCS reúne China, Rússia e Índia em defesa de ordem multipolar

A cúpula da OCS reúne líderes da China, Rússia e Índia em defesa de uma ordem global multipolar e independente dos EUA.

A cúpula da OCS realizada na cidade de Tianjin, na China, marcou um momento estratégico na política internacional. Os líderes de três das maiores potências do Sul Global — Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia) e Narendra Modi (Índia) — se encontraram para reafirmar sua postura conjunta frente às pressões dos Estados Unidos.

Um encontro simbólico e político

O evento reuniu representantes de mais de 20 países e serviu como palco para a apresentação de uma nova visão de ordem econômica e de segurança global. Xi Jinping aproveitou o momento para criticar indiretamente os Estados Unidos, condenando o “hegemonismo” e defendendo o “verdadeiro multilateralismo”.



Além disso, durante a cúpula da OCS, Putin e Modi realizaram uma reunião bilateral que resultou em um acordo para expandir o comércio entre Rússia e Índia. A aproximação entre os três líderes chamou atenção da mídia internacional, com imagens que mostraram os três rindo e conversando cordialmente antes mesmo da chegada dos tradutores.

Desafio ao modelo ocidental

Segundo especialistas, o encontro não foi apenas simbólico. A camaradagem entre os líderes visa transmitir uma mensagem clara: a formação de uma ordem mundial alternativa, centrada nas nações do Sul Global e menos dependente do dólar americano. Além disso, o evento reforça o papel da cúpula da OCS como um bloco de contrapeso às alianças euro-atlânticas.

Putin destacou que a OCS revigora o “multilateralismo genuíno”, com um aumento no uso de moedas nacionais em acordos comerciais. “Esse sistema considera os interesses de diversos países e não permite que a segurança de um seja garantida às custas dos outros”, declarou.



Avanços concretos anunciados

Durante a cúpula da OCS, Xi Jinping anunciou um pacote de apoio financeiro aos países-membros. A China prometeu injetar 2 bilhões de yuans (cerca de US$ 280 milhões) em ajuda direta e mais 10 bilhões em empréstimos para um consórcio bancário do bloco.

Portanto, um dos grandes objetivos da reunião foi discutir a criação de um novo banco de desenvolvimento da OCS. Esse banco representaria um passo significativo na construção de um sistema financeiro alternativo, capaz de contornar as sanções e o domínio do dólar americano no comércio internacional.

Contexto geopolítico

A cúpula da OCS ocorre em um momento de crescente tensão entre os EUA e grandes economias emergentes. O governo Trump tem usado tarifas e sanções como ferramentas de pressão, especialmente sobre a Índia e a China. No entanto, a aliança visível entre essas três potências demonstra que estratégias unilaterais não surtirão efeito.

  • China e Índia são os maiores compradores de petróleo russo;
  • Rússia e China fortalecem laços após a guerra na Ucrânia;
  • Índia busca diversificar suas parcerias estratégicas;
  • A OCS propõe uma governança global mais equilibrada.

Em conclusão, a cúpula da OCS não apenas reforça a unidade entre China, Rússia e Índia, mas também apresenta um novo paradigma para a cooperação internacional. Diante das pressões externas, esses países apostam em uma estrutura multipolar e menos dependente das instituições tradicionais ocidentais.