Donbas: a região que Putin quer controlar e por que isso importa

Donbas representa o coração industrial e estratégico do leste da Ucrânia, composto pelas províncias de Donetsk e Luhansk. Desde 2014, essa área tornou‑se palco de um conflito intenso entre Moscou e Kiev, e a Rússia continua a reivindicar o controle total sobre o território.

Histórico e importância econômica

Ao longo do século XIX, Donbas já era um centro de mineração de carvão e siderurgia, atraindo trabalhadores de toda a União Soviética. Em consequência, a maioria da população falava russo, reforçando laços culturais com a Rússia. Por isso, a região detém reservas significativas de carvão, lítio, cobalto e terras raras, essenciais para a indústria de alta tecnologia global.

Reivindicações de Putin

Em cúpula ocidentais, Putin exigiu que a Ucrânia entregasse Donbas, alegando que a região precisava de proteção contra um suposto genocídio de russófilos. Além disso, ele pediu garantias de que a Ucrânia não ingressaria na OTAN nem acolherá tropas ocidentais. Se concedidas, a Rússia prometeu suspender combates nas frentes de Kherson e Zaporizhzhia.

Impacto geopolítico

Donbas conecta a Rússia à Crimeia, que atualmente só pode ser acessada por terra através da ponte de Kerch. Assim, a anexação das províncias permitiria à Rússia manter via terrestre a península, cortando o acesso ucraniano ao Mar de Azov. Por outro lado, a Ucrânia mantém um cinturão fortificado ao norte de Donbas, com cidades como Kramatorsk e Slavyansk, garantindo a defesa contra avanços russos.

Reação interna ucraniana

Conforme a Constituição ucraniana, Donbas pertence à Ucrânia desde 1919, e 75% da população rejeita qualquer cessação de território. Portanto, uma decisão de entregar a área violaria a soberania nacional e a vontade do povo. Em conclusão, a Ucrânia permanece firme em resistir às exigências russas.

Conclusão

Donbas continua sendo o ponto crítico de tensão entre Rússia e Ucrânia. Enquanto a Rússia busca consolidar sua influência, a Ucrânia protege sua integridade territorial e estratégica. A disputa por Donbas, portanto, não é apenas sobre recursos econômicos, mas sobre a própria identidade e soberania de um país.