Na 80ª Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2025, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, negou qualquer envolvimento de seu país nos crescentes sobrevoos de drones sobre aeroportos e bases militares da Otan na Europa. Segundo ele, as acusações são parte de uma narrativa de provocação sem fundamento.
Discurso de Lavrov na ONU
Em seu pronunciamento, Lavrov reafirmou a posição de Moscou de que a Rússia não planeja agredir a Otan ou a União Europeia. Além disso, advertiu que qualquer agressão contra seu país será respondida com firmeza. “Qualquer agressão contra a Rússia será recebida com uma resposta decisiva”, declarou o chanceler russo, em tom de alerta para a comunidade internacional.
Portanto, a escalada de ataques com drones na Europa tem gerado preocupações crescentes entre os países da Aliança do Atlântico Norte, principalmente devido ao aumento de incidentes de origem não identificada. A Dinamarca, por exemplo, registrou novos incidentes de drones sobre a base militar de Karup no início de setembro, intensificando a suspeita de uma ação coordenada.
Europa planeja ‘muro antidrones’
Diante do aumento de ameaças híbridas, a União Europeia tem pressionado pela criação de um “muro antidrones” como forma de conter os riscos de ataques não tripulados. Dez países da fronteira leste já concordaram em estruturar esse escudo, que contará com sistemas avançados de detecção e interceptação de veículos aéreos não tripulados (VANTs).
Andrius Kubilius, comissário europeu da Defesa, afirmou que “precisamos agir rapidamente” e destacou a importância de aprender com as experiências de guerra da Ucrânia. “O papel dos drones nesse conflito foi decisivo, e a Europa deve se preparar de forma semelhante”, completou.
- Ministros de defesa de países da Europa Oriental apoiam o projeto de muralha antidrones.
- Ucrânia contribui com expertise de combate real com drones.
- Previsão de investimentos de até 6 bilhões de euros no projeto.
Medidas emergenciais na Dinamarca
Na Dinamarca, as autoridades têm intensificado a vigilância aérea. A base de Amager, próxima de Copenhague, já conta com radares móveis de monitoramento de veículos aéreos não tripulados. Além disso, a Suécia ofereceu sua tecnologia antidrones para a cúpula de líderes europeus que acontecerá em Copenhague.
Segundo o ministro da Justiça da Dinamarca, “o objetivo desses ataques é semear o medo, criar divisões e nos assustar”. A primeira-ministra do país, Mette Frederiksen, foi mais direta, acusando a Rússia diretamente de conduzir ataques híbridos contra países da Otan.
Reações da Rússia
Em resposta, a Embaixada da Rússia em Copenhague chamou os incidentes de “provocação encenada” em suas redes sociais. A Rússia rejeita veementemente qualquer acusação de envolvimento com os ataques com drones e insiste que a escalada da crise é resultado de ações de países da Otan.
Portanto, o debate internacional sobre os ataques de drones em território europeu segue ganhando força. As próximas semanas serão decisivas para a definição de políticas de defesa aérea e para o futuro da segurança coletiva no continente.