Drones russos em solo europeu: ameaça crescente e resposta militar

A presença de drones russos em países europeus como a Dinamarca levanta preocupações de segurança. Saiba como a Otan e os países estão reagindo a essas incursões.

Os drones russos têm gerado grande preocupação na Europa, especialmente após novos registros de incursões em países como Dinamarca, Alemanha, Noruega, Polônia, Romênia e Estônia. A presença desses drones não identificados levanta suspeitas de ações deliberadas da Rússia, mesmo que o governo russo negue envolvimento.

Novo alerta na Dinamarca

Na madrugada de 27 de setembro, o Comando de Defesa da Dinamarca confirmou a detecção de drones sobre várias instalações militares do país. A população local, por sua vez, relatou crescente insegurança, com muitos cidadãos expressando medo e incerteza sobre os responsáveis e os possíveis desdobramentos. “Ficamos um pouco inseguros sem saber quem está por trás disso e o que pode acontecer”, declarou uma moradora dinamarquesa.



Resposta da Otan e dos países europeus

Diante desse cenário, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou que reforçará a vigilância na região do Mar Báltico. Além disso, países como Alemanha, Holanda e Portugal têm intensificado exercícios militares e testado novas tecnologias de defesa, incluindo drones aéreos e submarinos. A Alemanha, em especial, realiza exercícios de grande escala desde o dia 25 em Hamburgo e planeja revisar sua legislação para permitir interceptações de drones por parte das forças armadas.

Ucrânia compartilha experiência

Os soldados ucranianos, que enfrentam o uso massivo de drones desde a invasão russa há mais de três anos, têm colaborado com as forças da Otan, compartilhando táticas de defesa. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Vladimir Putin está testando as defesas da Otan para preparar um conflito maior. “Ele abrirá outras direções, ninguém sabe onde”, alertou.

Investimento em defesa aérea

Como resposta estratégica, autoridades europeias discutem a possibilidade de conceder um empréstimo de € 140 bilhões à Ucrânia, financiado com bens russos congelados. O objetivo é construir uma “parede de drones” com capacidades avançadas de rastreamento e interceptação nas fronteiras com a Rússia. Essa iniciativa visa não apenas conter os drones russos, mas também fortalecer a segurança do espaço aéreo europeu.



Em meio a essa crise, aeronaves militares russas também violaram o espaço aéreo da Estônia, enquanto cidades ucranianas continuam a ser bombardeadas. Esse padrão de provocações, segundo especialistas, revela a vulnerabilidade das defesas europeias e intensifica o sentimento de ansiedade na população.

Portanto, a presença de drones russos não apenas ameaça a segurança física, mas também gera impactos psicológicos e políticos de grande relevância. As autoridades devem agir de forma coordenada, com investimento em tecnologia, legislação e cooperação internacional, para enfrentar esse novo tipo de ameaça híbrida.