Os drones suspeitos voltaram a causar interrupções em aeroportos europeus, desta vez na Dinamarca, onde o tráfego aéreo foi interrompido por horas devido à presença de aeronaves não identificadas sobrevoando a região de Aalborg. O incidente ocorreu apenas dois dias após o fechamento do aeroporto de Copenhague, o principal do país, por motivos semelhantes.
Incidentes recorrentes em aeroportos europeus
Na terça-feira (23), a polícia dinamarquesa confirmou a presença de drones suspeitos sobre o aeroporto de Aalborg, que também abriga uma base militar. Além disso, aeronaves comerciais tiveram que ser desviadas para outros aeroportos, enquanto as autoridades investigavam a ameaça potencial. Os drones foram detectados por volta das 21h44 no horário local, e só desapareceram após permanecerem no ar por mais de cinco horas.
Segundo as autoridades, o padrão dos drones suspeitos em Aalborg se assemelhou ao registrado em Copenhague. A polícia destacou a dificuldade de identificar a origem dos drones e afirmou que o caso é tratado com extrema seriedade, devido ao aumento de ameaças semelhantes em outros países europeus. Portanto, as Forças Armadas locais também foram mobilizadas para auxiliar na investigação.
Relação com ameaças russas
Na segunda-feira (22), a Dinamarca classificou o incidente em Copenhague como um “ataque grave” e, imediatamente, associou o caso a alegadas invasões de drones russos em outros países da Europa. O embaixador da Rússia na Dinamarca negou envolvimento russo, contudo, autoridades de diversos países, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acreditam que esses drones suspeitos fazem parte de um “padrão de contestação persistente nas fronteiras” europeias.
Além disso, a Noruega também relatou um fechamento temporário de seu aeroporto de Oslo, na segunda (21), após a visualização de um drone desconhecido. Apesar de as autoridades norueguesas e dinamarquesas manterem contato constante, ainda não foi possível estabelecer uma conexão direta entre os eventos. No entanto, a preocupação com possíveis ações coordenadas cresce a cada novo incidente.
Contexto de tensão geopolítica
Os recentes eventos estão inseridos em um cenário de crescente tensão entre Rússia e os países da OTAN. Nas últimas semanas, diversos países europeus relataram a invasão de seus espaços aéreos por aeronaves e drones russos, o que acirrou a desconfiança e intensificou a vigilância militar:
- 9 de setembro: a Polônia abateu drones russos na fronteira com a Ucrânia;
- 13 de setembro: a Romênia enviou caças após a invasão de drones russos;
- 19 de setembro: a Estônia acusou a Rússia de violar seu espaço aéreo com jatos de combate;
- 22 de setembro: o aeroporto de Copenhague suspendeu voos por quase quatro horas.
Diante disso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que apoiaria a derrubada de aeronaves militares russas caso invadissem o espaço aéreo de nações da OTAN. A declaração reforça a gravidade da situação e a necessidade de uma resposta coordenada frente a ameaças como os drones suspeitos.
Qual o próximo passo?
As investigações sobre os drones ainda estão em andamento, mas é evidente que as autoridades europeias precisam aprimorar a segurança aérea para lidar com esse novo tipo de ameaça. O uso de drones suspeitos como ferramenta de perturbação ou espionagem revela uma nova frente de conflito, e os países aliados devem colaborar mais de perto para evitar consequências mais graves.
Em conclusão, a presença de drones suspeitos sobre aeroportos estratégicos na Europa não é apenas um problema de segurança aérea, mas também um sinal de instabilidade geopolítica, exigindo resposta firme e articulada dos governos envolvidos.
