O encontro entre Trump e Lula ocorrido na Assembleia Geral da ONU, em 23 de setembro de 2025, chamou a atenção da imprensa internacional. Após meses de críticas e declarações hostis por parte do presidente dos Estados Unidos, a aproximação sinaliza uma possível mudança no cenário das relações diplomáticas entre os dois países.
Repercussão global do encontro entre Trump e Lula
Donald Trump, durante seu discurso na ONU, revelou que teve um breve, mas significativo, encontro com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, afirmou que ambos combinaram um novo encontro na semana seguinte, o que marca uma ruptura momentânea com a retórica anterior de hostilidade.
Portanto, o presidente norte-americano elogiou o líder brasileiro, descrevendo-o como “um homem muito agradável” e destacando a “excelente química” entre eles. Embora o encontro tenha durado cerca de 39 segundos, suas consequências diplomáticas podem ser relevantes, especialmente considerando o histórico de tensões recentes.
Veja como a imprensa internacional reagiu
Veículos de renome internacional cobriram a notícia de forma detalhada, reforçando a relevância do encontro entre Trump e Lula no contexto geopolítico atual:
- The Washington Post: destacou o contraste entre as críticas anteriores de Trump ao Brasil e sua nova postura de aproximação.
 - Bloomberg: ressaltou a esperança de cooperação bilateral, a despeito de divergências passadas.
 - Clarín: mencionou a declaração de afeto de Trump, mas lembrou que o líder norte-americano também fez ressalvas.
 - Reuters: relatou a confirmação oficial do encontro e observou a tensão histórica entre os dois governos, especialmente após o julgamento de Jair Bolsonaro.
 - Al Jazeera: contextualizou a aproximação dentro de um cenário de relações diplomáticas conturbadas, mas reconheceu o gesto de reconciliação.
 
Declarações de Trump: afeto, mas cautela
Durante o evento, Trump afirmou: “Eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. Ele pareceu um homem muito agradável. Na verdade, ele gostou de mim, eu gostei dele”. No entanto, ele também ressaltou a importância de negociar apenas com líderes com quem tenha afinidade. Essa declaração, embora positiva, não apaga de imediato o histórico de críticas severas ao governo brasileiro.
Além disso, a declaração de Trump foi feita no contexto da imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em resposta ao julgamento de Bolsonaro. Isso demonstra que a cooperação entre os países, ainda que promissora, segue condicionada a interesses estratégicos.
Reações no Brasil e no exterior
Apesar da ênfase de Trump sobre a aproximação, a postura oficial do governo brasileiro permanece cautelosa. O professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin, afirmou à Globonews que, embora o encontro seja um passo importante, “nada indica que ele será apaziguador com Lula”.
Portanto, a reação de especialistas não foi unânime. Alguns sugerem que o comportamento de Trump, considerado imprevisível, pode de fato indicar uma mudança de postura, ao passo que outros enxergam a aproximação como uma tática de curto prazo. No entanto, a cobertura da imprensa internacional demonstra que o encontro entre Trump e Lula é visto como um marco potencial na diplomacia bilateral.
Em conclusão, a agenda de reuniões entre os líderes dos dois países, a ser confirmada oficialmente, poderá abrir novas oportunidades de diálogo e cooperação, ainda que o cenário político permaneça delicado.
